AGU pede que Google adote medidas para evitar a ‘desordem informacional econômica’
Recomendação ocorre após o buscador da empresa exibir nesta quarta-feira o valor errado da cotação do dólar
Brasília|Giovana Cardoso, do R7, e Natalia Martins, da RECORD, em Brasília
Em ofício enviado ao Google, a AGU (Advocacia-Geral da União) recomendou que a plataforma adote medidas para evitar “a desordem informacional econômica”. A ação ocorre após o buscador da empresa exibir nesta quarta-feira (25) o valor errado da cotação do dólar, marcando R$ 6,38, taxa R$ 0,20 superior ao registrado no último fechamento oficial (23/12).
Em nota, o Google informou que trabalha com parceiros para garantir a precisão. “Os dados em tempo real exibidos na Busca vêm de provedores globais terceirizados de dados financeiros. Trabalhamos com nossos parceiros para garantir a precisão e investigar e solucionar quaisquer preocupações. Mais informações sobre nossas fontes de dados podem ser encontradas aqui”, diz o texto.
Veja mais
Foi recomendado, ainda, que o Google disponibilize informações de que o Banco Central é a fonte oficial para cotação da moeda no país e explicitar a fonte dos dados financeiros mostrados no buscador. A AGU pediu que a empresa reforce as políticas internas de relação com usuários, “destacando o papel das plataformas digitais na democratização do acesso à informação econômica”.
O ofício, destinado ao diretor-geral do Google, Fabio José Silva Coelho, aponta o zelo pela integridade da informação e a gravidade do impacto potencial de “desordem informacional” sobre o sistema financeiro. Indicando “necessidade de observância de dever de cuidado na publicação de informações relacionadas a dados econômicos, em especial no que se refere à cotação de moedas”.
Com o caso, a AGU solicitou nessa quarta-feira (25) ao Banco Central informações como a cotação do dólar no Brasil, valor da moeda americana em outros países na mesma data; bem como se a cotação em outros países pode impactar o valor da moeda brasileira no feriado.
Segundo a instituição, a “desordem informacional” pode ter potencial de interferir na percepção do mercado ou de pequenos investidores, podendo prejudicar a eficácia da política pública federal de estabilização cambial.