Amorim diz que ataque de Israel ao Líbano é ‘revoltante’ e fala em risco de ‘guerra total’ na região

O assessor especial da Presidência da República Celso Amorim disse nesta segunda-feira (23) que é “tremendamente revoltante” o ataque de Israel ao Líbano. Diversas pessoas morreram na ação, entre elas o número 2 do grupo terrorista Hezbollah. O braço direito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no campo internacional afirmou também que há um risco de “guerra total” na região.

“Eu acho uma coisa tremendamente revoltante, vamos dizer, e perigosa porque ali [há] o risco de uma guerra total. E, veja bem, estamos falando de um lugar onde têm muitos brasileiros”, disse Amorim. Há a expectativa de se realizar uma operação para repatriar os brasileiros, caso seja identificada a necessidade da medida. “Tenho certeza que o Itamaraty já está planejando alguma coisa nesse sentido”, acrescentou.

A declaração foi dada por Amorim em Nova York, nos Estados Unidos, onde ele vai acompanhar a participação de Lula na Assembleia Geral das Nações Unidas. O bombardeio israelense ocorreu em 20 de setembro. Os ataques atingiram dois prédios no subúrbio da capital Beirute. A região é considerada por Israel um reduto do Hezbollah, aliado do grupo terrorista Hamas. O porta-voz do Exército israelense confirmou que o bombardeio matou o extremista Ibrahim Aqil, um dos responsáveis pelo lançamento diário de foguetes contra Israel.

Aqil substituiu Fuad Shukr, assassinado em outro ataque aéreo conduzido por Israel, em 30 de julho, também no subúrbio ao sul de Beirute, controlado pelo Hezbollah. Ele chegou a ficar ferido na explosão de pagers nesta semana e recebeu alta de um hospital recentemente. Aqil comandou a Divisão de Operações da organização e era chefe interino do Estado-Maior da organização, respondendo diretamente ao secretário-geral, Hassan Nasrallah.

O Ministério das Relações Exteriores informou, em nota, que o governo brasileiro condena o bombardeio aéreo e disse que acompanha, com forte preocupação, o mais recente episódio na escalada de tensões na região. “O Brasil exorta as partes envolvidas ao exercício de máxima contenção e à imediata interrupção dos ataques, que ameaçam conduzir a região a conflito de ampla proporção. O Brasil reafirma sua convicção sobre a urgência de alcançar cessar-fogo permanente e abrangente na Faixa de Gaza, como forma de evitar o alastramento das hostilidades para outras áreas do Oriente Médio”, finaliza.