Internado em uma unidade de terapia intensiva desde a madrugada de 1º de janeiro, quando foi picado por um escorpião amarelo no Distrito Federal, o menino Thomas Caitano, 2 anos, está fora de perigo. Mensagem divulgada pela mãe da criança neste sábado (4) relata que a sedação começou a ser retirada e ele não corre mais risco de morrer. O menino, que ficou intubado e sedado durante todo o mês de janeiro, começa a reagir aos estímulos. A mãe de Thomas, Adriana Caitano, tem divulgado boletins sobre o quadro de saúde do filho aos amigos e familiares. Na mensagem enviada neste sábado, reforça, ainda no início do texto, que é "a melhor notícia de todas". O recado segue com Adriana dizendo que ouviu dos médicos que Thomas estar vivo, com tudo o que passou, "é um milagre". Ela complementa que "temos certeza agora de que não corre mais o risco de partir. A vida dele foi restituída de vez", comemora. Durante a última semana, Adriana relatou que o filho passou por uma traqueostomia (procedimento realizado no pescoço para facilitar a chegada de ar até os pulmões) e que a cirurgia ocorreu sem nenhuma intercorrência. A partir de agora, ele entra em fase de recuperação e deve ficar, pelo menos, mais três semanas na UTI para terminar o tratamento de infecção. "A sedação já foi quase toda retirada e ele está reagindo. Mexendo as pernas e os braços, quase querendo tirar os fios, aperta nossa mão e faz carinha de choro, como se quisesse dizer algo. Mas os médicos dizem que, por conta das lesões cerebrais, o processo de reabilitação vai ser longo", contou Adriana. O caso ocorreu na madrugada do dia 1º de janeiro na casa da família, na região de Arniqueira, no Distrito Federal. Thomas Caitano foi levado inicialmente para o Hospital Regional de Taguatinga, mas transferido para um hospital particular, em estado grave. Ainda no início da internação, ele precisou realizar um procedimento para bombear o sangue para o resto do corpo. Segundo Adriana Caitano, a família estava dormindo, quando, por volta das 4h, Thomas acordou chorando muito. "Ele começou a gritar muito de dor durante a madrugada. Fomos para o quarto e ele chorava muito, coçava e colocava a mão na cabeça. Meu marido imaginou que algum bicho teria picado e, então, encontramos um escorpião grande, embaixo do travesseiro. Percebemos que a situação era grave”, disse a jornalista. Thomas foi picado por um escorpião amarelo na cabeça e o veneno afetou o coração, o pulmão e teve um quadro grave de inflamação. Durante a internação, passou por um procedimento de ECMO, uma oxigenação por membrana extracorpórea. Na prática, o tratamento funciona como um coração e um pulmão artificiais. Segundo a Secretaria de Saúde do DF, o escorpião Titus Serrulatus, conhecido como escorpião amarelo, é a espécie que mais causa acidentes graves, especialmente em crianças. “É importante destacar que ele não ataca se não for ameaçado, mesmo acidentalmente, mas reage como defesa. A fêmea reproduz sozinha, por isso, onde tem abundância de alimentos, insetos e baratas, sua reprodução gera muitos filhotes. O período de chuvas favorece o crescimento, pela abundância de alimentos”, explica a pasta. A Secretaria de Saúde recomenda manter lixo, entulhos e restos de obras em locais bem acondicionados para evitar acidentes. A pasta reforça a importância da vedação de tomadas e espelhos de luzes, por onde os animais costumam passar. Evitar cortinas e cobertas que alcancem o chão também é indicado. “É necessário verificar sapatos, camas e berços antes do uso", completa a secretaria. No Distrito Federal, o soro para acidentes com cobras, escorpiões e aranhas pode ser solicitado nos hospitais de Planaltina, Sobradinho, Ceilândia, Taguatinga, Santa Maria, Gama, Paranoá, Asa Norte e Brazlândia. O Hospital Materno Infantil de Brasília também disponibiliza o antídoto.Clique aqui para ver a lista completa das unidades com soro para acidentes com escorpião. A Secretaria de Saúde detalha ainda que, em caso de acidentes envolvendo escorpiões, a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival/SES) deve ser acionada em um dos 15 núcleos de vigilância ambiental ou pelo telefone 160 para inspeção no local.