Assembleia da ONU: Sem vacina, participação de Bolsonaro é incerta
Presidente da Assembleia-Geral da ONU comunicou exigência de comprovar imunização para ter acesso à sede da organização
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
Diplomatas de todo o mundo terão que apresentar comprovante de vacinação contra a Covid-19 para que a entrada à 76ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) seja liberada. Presença confirmada no evento, o presidente da República, Jair Bolsonaro, poderá ter a participação restringida, já que não se vacinou contra a doença.
A exigência vale para todos os membros de comitivas estrangeiras que irão até Nova York participar da assembleia presencialmente. No entanto, não há especificação se a medida valerá para chefes de Estado e, por isso, resta a dúvida se Bolsonaro terá o acesso barrado. O R7 questionou o Itamaraty e a Secretaria de Comunicação do Planalto sobre o comprometimento na participação do presidente da República, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
A Prefeitura de Nova York exige a comprovação da imunização para acesso a ambientes fechados, incluindo, portanto, a Assembleia-Geral da ONU, principal órgão deliberativo e político da Organização das Nações Unidas. A imprensa noticiou que o recém-nomeado presidente da Assembleia-Geral, Abdulla Shahid, encaminhou aos delegados um comunicado sobre as regras.
"A prova de vacinação é exigida para certas atividades em ambientes internos, incluindo a sede das Nações Unidas", descreve Shahid, que ainda presta apoio às medidas. "Eu apoio fortemente essa medida como um importante passo no nosso retorno a uma Assembleia-Geral totalmente funcional."
Ainda que as regras não sejam estendidas ao presidente da República, a circulação de Bolsonaro ficará limitada perante às exigências da Prefeitura de Nova York. É o chefe de Estado brasileiro quem normalmente faz o discurso de abertura para os debates entre os líderes das nações, o que está programado para ocorrer na próxima terça-feira (21).
Não haveria, portanto, tempo hábil para que, no caso de tomar a vacina, a ação do imunizante já estivesse consolidada. O mandatário tem indicado publicamente ainda não ter se vacinado, mesmo fazendo parte do grupo de risco, por ser um idoso de 66 anos. A apoiadores, na porta do Palácio do Planalto, na segunda-feira (13/9), Bolsonaro reiterou não estar imunizado contra a Covid-19.
"Eu não tomei vacina [...]. Eu acho que peguei de novo e nem fiquei sabendo", disse Bolsonaro, afirmando que o exame de IgG, que mede a imunidade, apresenta indicadores altos. "Tô com 991", contou. A ideia do presidente é não tomar o imunizante até que toda a população brasileira esteja vacinada, como tem declarado.
Mesmo diante da negativa, Bolsonaro também é sondado pelo presidente norte-americano, Joe Biden, para integrar uma cúpula que deverá debater ações para acelerar distribuição de vacinas contra a Covid-19 pelo mundo e outras ações para conter a pandemia. A ideia é aproveitar a presença dos chefes de Estado no país para a Assembleia-Geral da ONU e, paralelamente, discutir com líderes de grandes potências ações contra a pandemia.