Pacheco sobre esquema ilegal de espionagem da Abin: ‘Ato criminoso’
Presidente do Senado comentou investigação sobre uso irregular da inteligência pelo ex-presidente Bolsonaro para vigiar autoridades
Brasília|Hellen Leite e Jéssica Gotlib, do R7, em Brasília
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou como ‘ato criminoso’ as suspeitas de que o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) tenha usado a estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para vigiar autoridades públicas, como ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e parlamentares. “Contaminar a Agência Brasileira de Inteligência com ações político-partidárias, e se utilizar do aparato estatal para espionar e perseguir parlamentares legitimamente eleitos é ato criminoso, que fragiliza não somente a instituição, mas a democracia e a soberania do país”, disse em nota publicada nesta quinta-feira (11).
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Entre os parlamentares supostamente monitorados estavam Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara; Kim Kataguiri, deputado federal; Joice Hasselmann, ex-deputada federal; Alessandro Vieira, senador; Omar Aziz, senador; Renan Calheiros, senador; Randolfe Rodrigues, senador. O ex-governador de São Paulo João Dória também figura na lista de pessoas que teriam sido espionadas.
Servidores públicos federais também podem ter sido monitorados. De acordo com o relatório, a PF (Polícia Federal) teve acesso a um áudio em que Bolsonaro e o ex-presidente da Abin Alexandre Ramagem falam sobre medidas contra supostas irregularidades cometidas por auditores da Receita Federal na elaboração do relatório final das investigações sobre supostos desvio de parte dos salários dos funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro (PL) na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) enquanto ele era deputado estadual. O R7 tenta contato com as defesas dos citados.
Os fatos vieram a público na manhã desta quinta, depois que a PF cumpriu cinco mandados de prisão preventiva contra pessoas que teriam participado do suposto esquema de espionagem ilegal . A corporação também cumpre sete mandados de busca e apreensão em quatro estados e no Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pelo STF. A ação policial ocorre nas cidades de Brasília, Curitiba, Juiz de Fora (MG), Salvador e São Paulo.