Audiência sobre vacina teve 'teorias da conspiração', diz AMB
Pediatra Renato Kfouri lamentou quantidade de 'informações equivocadas' que geraram 'discussão desqualificada'
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
Uma reunião marcada por uma quantidade de "informações equivocadas" capazes de gerar uma "discussão desqualificada". Esse foi o balanço feito pelo médico pediatra Renato Kfouri, nesta terça-feira (4), sobre a audiência pública para debater a inclusão das crianças no PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19).
Representante da AMB (Associação Médica Brasileira), Kfouri lamentou as intervenções antivacina, tranquilizou a população e pediu que os pais e demais responsáveis pelas crianças não se deixem levar por "teorias da conspiração". Sem citar nomes, o médico criticou palestrantes indicados por aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que tentava se recompor "da quantidade de informações equivocadas que foram apresentadas".
Kfouri se posicionou a favor da vacinação, afirmando que, apesar de a proporção de crianças com caso grave de Covid-19 ser menor na comparação com outras faixas etárias, "nenhuma doença prevenível por vacinas mata mais do que a Covid-19". Segundo o pediatra, 300 crianças de 5 a 11 anos perderam a vida em razão da doença em 2020 e 2021. "Uma morte de criança a cada dois dias."
"Não é possível negligenciar, admitir 150 mortes por ano de crianças de 5 a 11 anos tendo a vacina disponível", declarou o pediatra. Ele disse ainda que a soma das mortes por outras doenças prevenidas pelo calendário infantil — como febre amarela, gripe, sarampo, rubéola, tuberculose e doença meningocócica — não supera a quantidade de crianças que perderam a vida por causa da Covid.