Autor da convocação de Delgatti quer que hacker seja incluído em programa de proteção
Segundo o integrante da CPMI, a testemunha tem sofrido ameaças de morte; Delgatti depôs na comissão nesta quinta-feira
Brasília|Camila Costa, do R7, em Brasília
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) pediu à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro que avalie a inclusão do hacker Walter Delgatti Neto no
Programa Federal de Assistência às Vítimas e às Testemunhas Ameaçadas (Provita). A iniciativa inclui um conjunto de medidas para proteger e dar assistência a pessoas ameaçadas ou coagidas por colaborar com investigações ou processos criminais.
Entre outras afirmações, Delgatti disse que o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) teria pedido a ele que fraudasse uma urna eletrônica, com o objetivo de pôr em dúvida o processo eleitoral perante a sociedade.
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O hacker também afirmou que recebeu quantias em dinheiro da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para que ele supostamente "invadisse a urna eletrônica ou qualquer sistema da Justiça", visando demonstrar uma possível fragilidade do Poder Judiciário.
As declarações foram feitas pelo hacker durante seu depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, nesta quinta-feira.
Para Rogério Correia (PT-MG), a contribuição do hacker na comissão o põe em risco, bem como põe em risco sua família. "A Polícia Federal precisa tomar cuidado. Ele precisa ir para o programa de proteção à testemunha, e que se peça o fim da prisão preventiva e a transforme em prisão domiciliar. Ele já tinha dito que temia pela própria vida, o advogado também falou. Ele tem recebido mensagens", disse. "Esse pessoal é perigoso. Esse pessoal que organizou a festa da Selma [manifestação de 8 de janeiro] são neofascistas. Não se brinca com essa turma", finalizou Correia.
Bolsonaro e Zambelli se defendem
A defesa do ex-presidente e a da deputada federal se manifestaram após as declações de Delgatti Neto. A de Bolsonaro alegou que o hacker "apresentou informações e alegações falsas, totalmente desprovidas de qualquer tipo de prova, inclusive cometendo, em tese, o crime de calúnia".
Já a defesa de Carla Zambelli disse, por meio de nota, que "refuta e rechaça qualquer acusação de prática de condutas ilíticas ou imorais pela parlamentar".