Banco de dados reúne informações para combater golpes no WhatsApp
Iniciativa intitulada de 'Contragolpe' reúne informações de crimes de estelionato e está disponível no aplicativo de mensagens
Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília
Uma iniciativa reúne no aplicativo de mensagens WhatsApp um banco de dados com informações de crimes de estelionato e o disponibiliza às autoridades. Batizada de 'Contragolpe', a ideia foi desenvolvida pelo delegado da Polícia Civil do Distrito Federal Sérgio Bautzer em parceria com o especialista em tecnologia Arthur Gomes. Para acessar a plataforma, o usuário deve incluir o número (61) 9325-7043 nos contatos do celular.
A iniciativa surgiu porque o número de crimes de estelionato por meios digitais cresceu durante a pandemia de Covid-19, segundo os idealizadores. Eles afirmam que a popularização do celular, o avanço da informatização e o período de quarentena formaram o cenário ideal para que criminosos se aproveitassem da desatenção de usuários.
Informações para consulta de autoridades
Trata-se de um banco de dados colaborativo dentro do WhatsApp em que pessoas que sofreram algum tipo de golpe podem compartilhar informações para consulta das autoridades e futuros parceiros. Bautzer explica que a ferramenta já tem 11 tipos de golpe mapeados, como do cartão de crédito, do estelionato amoroso e de veículos, por exemplo. Segundo o delegado, devido à criatividade do crime, a iniciativa está preparada para incluir novas modalidades do crime.
Leia também
Bautzer lembra que o cadastro na plataforma não substitui o registro de Boletim de Ocorrência. “O cidadão, vítima de qualquer golpe, deve fazer o registro na autoridade policial o mais rápido possível. Nossa proposta é, a partir da colaboração espontânea da vítima, reunir informações e disponibilizá-las em um banco de dados com acesso nacional gratuito ao Judiciário, Ministério Público e Polícias Militar e Civil. Também temos a ideia de firmar convênios com bancos, redes de lojas e o comércio em geral para que possam consultar os dados”, disse o delegado.
De acordo com Arthur Gomes, a escolha da plataforma WhatsApp para hospedar a iniciativa se deu pela capilaridade do aplicativo, pela facilidade e familiaridade das pessoas na utilização e pela segurança da criptografia de ponta a ponta. “O carro-chefe da Integral é o Canal DigiCon, uma plataforma de atendimento a clientes via WhatsApp", explicou.
Golpes mapeados
"O Contragolpe é uma adaptação e sua utilização é muito simples, basta incluir o número (61) 9325-7043 nos contatos e enviar uma mensagem. A partir daí, o usuário recebe um menu e a navegação é intuitiva. É só digitar o número referente a um dos 11 golpes já mapeados que o usuário vai chegar ao link do formulário para compartilhar as informações. Para isso, ele deve se identificar com nome, CPF, número de celular e email. Nestes primeiros dias, para orientar e tirar dúvidas, manteremos o atendimento humano em horário comercial”, explicou Gomes.
Os criadores do Contragolpe reforçam que sua função é reunir informações que podem colaborar para reduzir o número de golpes e auxiliar o trabalho de investigação das polícias. “Não fazemos nenhum tipo de investigação e nenhum procedimento jurídico para reaver bens ou valores perdidos. Reforçamos a necessidade do registro junto às autoridades policiais que, essas sim, vão produzir e conduzir um inquérito que pode resultar na recuperação de bens”, pontuou o delegado Sérgio Bautzer.