Brasília Bebê com doença rara cresce e vira médico em hospital que o tratou

Bebê com doença rara cresce e vira médico em hospital que o tratou

Pediatra nasceu com malformação no abdômen e passou anos em tratamento em Brasília. Agora, atende a outras crianças

  • Brasília | Do R7, em Brasília

Assim que nasceu, ele passou por cirurgia de emergência no Base. Hoje, trabalha na unidade

Assim que nasceu, ele passou por cirurgia de emergência no Base. Hoje, trabalha na unidade

Reprodução/TV Record Brasília

Assim que nasceu, em 1993, Yan Victor Araújo recebeu o diagnóstico de uma doença rara: gastriosquise. A malformação na parede do abdômem fez com que órgão dessa cavidade ficasse para fora do corpo, na altura do umbigo. O diagnóstico preocupou os médicos e a família.

A mãe deu luz ao bebê na capital de Roraima, em Boa Vista. Recém-nascido, Yan precisou ser transportado para Brasília, exigindo grande mobilização das equipes médicas de Roraima e do Distrito Federal. Yan chegou em Brasília em uma UTI aérea. Na capital, passaria por uma operação de emergência no Hospital de Base. 

Na unidade de saúde brasiliense, o bebê foi submetido a uma cirurgia para corrigir o problema. Quando entrou no hospital, os pais receberam a informação de que ele só receberia alta dez anos depois.

Nesse meio tempo, foram muitas idas e vindas ao Hospital de Base, onde Yan passou boa parte da infância entre os profissionais da saúde que o atendiam. Na época, alguns dos médicos chegavam a levar o menino para um "tour" pela unidade de saúde.

O contato de criança iria se refletir no Yan adulto. Ele cresceu e decidiu cursar Medicina. "Desde pequeno, quis ser médico", relata. Estudioso, Yan foi aprovado no vestibular de cinco universidades federais.

Diante de tantas opções, ele escolheu voltar às origens e estudou na Universidade Federal de Roraima (UFRR). A formatura do médico foi há três anos. Logo depois da faculdade, os egressos cursam a residência. Yan foi aprovado para a especialização em pediatria no Hospital de Base e retornou ao lugar onde passou grande parte da infância.

Ao passar a frequentar novamente o Hospital, Yan buscou pelo prontuário antigo, de 28 anos atrás. Lá, constavam os nomes dos profissionais que cuidaram dele quando era criança. Assim, ele reencontrou parte da equipe que o salvou. Agora, diz que a experiência teve impactos na sua vida profissional.

"A inspiração do médico tem que ser o paciente, sempre em primeiro lugar", afirma. "Olhando para minha história vejo que fui muito bem cuidado, isso me fortalece para poder ajudar e fazer a diferença na vida das pessoas", pondera.

Últimas