Bolsonaro afirma que Petrobras 'não é aquilo que gostaria'
Em meio à crise dos combustíveis, estatal tem sido alvo de críticas de forma recorrente por parte do chefe do Executivo
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
Em meio à crise dos combustíveis no país, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a Petrobras, nesta quarta-feira (16). Ele afirmou que a estatal não atua da forma como gostaria.
"Se bem que tenho minhas críticas à Petrobras também. Não é aquilo que eu gostaria, não. O que eu pude fazer? Eu não mando na Petrobras, não tenho ingerência sobre ela, mas o que a gente puder fazer a gente faz aí", disse Bolsonaro durante conversa com apoiadores.
Após 57 dias sem reajustes, a Petrobras decidiu aumentar seus preços de venda de gasolina e diesel às distribuidoras. Os novos valores passaram a valer na última sexta-feira (11).
A gasolina da Petrobras ficará 18% mais cara para as distribuidoras, enquanto o diesel terá aumento de 25%. O GLP está 16% mais caro. O preço final ao consumidor depende da política de cada revendedor e dos postos.
Nesta terça-feira (15), Bolsonaro admitiu que a guerra entre Rússia e Ucrânia tem influenciado a economia brasileira e cobrou publicamente da estatal a redução do preço dos combustíveis aos níveis registrados na semana passada.
"A guerra da Rússia e Ucrânia tem influenciado a nossa economia. Mas, pelo que tudo indica, os números agora, em especial do preço do barril do petróleo lá fora, sinalizam para uma normalidade no mundo. Espero que assim seja. E espero que a nossa querida Petrobras, que teve muita sensibilidade ao não nos dar um dia, retorne aos níveis da semana passada os preços dos combustíveis no Brasil", afirmou.
O Congresso Nacional havia aprovado projeto de lei que muda a cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis. No mesmo dia, a Petrobras anunciou o reajuste nos preços da gasolina e diesel. Diante desse cenário, Bolsonaro criticou a estatal por não ter "sensibilidade" de esperar um dia.
Dados da Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis) informam que a defasagem do preço do diesel passou de uma diferença de 40%, em relação ao praticado no Golfo do México (EUA) há uma semana, para 2%, nesta terça-feira, enquanto a gasolina passou de 30% para 6% na mesma comparação.
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Depois de chegar a ser negociado perto dos US$ 140 por causa da guerra da Rússia contra a Ucrânia, o petróleo operou nesta terça-feira abaixo de US$ 100 o barril do tipo Brent nos contratos para maio, chegando ao valor mínimo de US$ 97,50 no período da manhã.
Por volta das 10h15 (de Brasília), a commodity registrava queda de mais de 7%, cotada a US$ 99,26, devido a mais uma rodada de negociações sobre um possível cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia e em meio a notícias de uma nova variante da Covid-19 na China, o que pode reduzir a demanda por petróleo no mundo.