Bolsonaro diz que Congresso 'inflou' Orçamento: 'Tive que cortar'
Presidente cortou R$ 3 bilhões da previsão orçamentária, atingindo principalmente os ministérios do Trabalho e da Educação
Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou que teve que cortar recursos previstos no Orçamento de 2022 porque o Congresso Nacional aprovou uma peça orçamentária acima da previsão de receita. Em conversa com apoiadores nesta quinta-feira (27), o mandatário falou sobre a situação, comentando o cenário específico de Santa Catarina.
"Parte da imprensa de Santa Catarina bateu em mim porque cortei R$ 38 milhões do Orçamento de Santa Catarina. Cortei R$ 3 bilhões do Brasil todo. O Parlamento fez Orçamento além da previsão de receita, sou obrigado a cortar. Estão me esculhambando em Santa Catarina. Mas vamos recompor ao longo do ano, porque tem excesso de arrecadação. Mas é impressionante a crítica. Por que não critica os parlamentares que inflaram o Orçamento?", questionou.
O presidente sancionou o Orçamento de 2022 na última sexta-feira (21), com publicação no DOU (Diário Oficial da União) de segunda-feira (24). Os ministérios mais atingidos por cortes foram o do Trabalho e o da Educação. Bolsonaro manteve R$ 1,7 bilhão para gastos com servidores. A promessa do chefe do Executivo era usar os recursos para conceder aumento a categorias de policiais.
O anúncio de aumento em ano eleitoral para categorias importantes eleitoralmente para Bolsonaro gerou uma reação do funcionalismo público federal, que cobra isonomia no tratamento por parte do governo. Nas últimas semanas, servidores federais de diversas categorias têm se movimentado na busca de também garantir reajuste salarial. Os grupos pedem um reajuste de 28% e defendem um tratamento igualitário por parte do governo.
Na peça orçamentária, Bolsonaro também manteve o fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões e as emendas de relator (RP9) — apelidadas de orçamento secreto, porque não tinham transparência como as emendas de comissão e de bancada. O valor de R$ 16,5 bilhões das emendas foi validado pelo Congresso e não sofreu vetos do presidente.