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R7 Brasília

Bolsonaro diz que tem direito de desconfiar do sistema eleitoral e ordena compra de armas

Para uma plateia do agronegócio, o chefe do Executivo voltou a levantar suspeitas, sem apresentar provas, das urnas eletrônicas

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) em evento no Palácio do Planalto
O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) em evento no Palácio do Planalto

O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) atacou, nesta quarta-feira (10), seu principal adversário na disputa eleitoral, fez críticas veladas ao Tribunal Superior Eleitoral, levantou suspeitas contra as urnas eletrônicas e ordenou apoiadores que comprem armas.

"Nós temos, mais que o dever, o direito de aperfeiçoar as instituições, desconfiar, debater. Ninguém tem o poder de falar 'eu que mando, ninguém mete a colher, é assim e quem for contra está atacando a democracia'. Nós queremos transparência, queremos a verdade e queremos terminar as eleições sem quaisquer desconfianças, seja qual for o lado", disse Bolsonaro durante a abertura do Encontro Nacional do Agro.

O chefe do Executivo voltou a criticar decisões dadas por ministros e defendeu as sugestões das Forças Armadas na Comissão de Transparência Eleitoral. "Não aceitar sugestões que eles pediram, que eles convidaram. [Nós] queremos a certeza que o voto de cada um de vocês, uma vez apertado o botão na máquina, vá realmente para aquela pessoa. Isso é democracia", disse.

Em determinado momento, Bolsonaro novamente criticou a Carta pela Democracia e em defesa do sistema eleitoral, que será lida na próxima quinta-feira (11) em São Paulo. "Vimos agora uma cartinha. Olha quem assinou a carta. O último que assinou é um cara que vive de amores e beijos, ou viva, por Fidel Castro, Maduro, Evo Morales, entre outros. E em época de campanha a pessoa vira boazinha."


Candidato à reeleição e em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, Bolsonaro atacou seu principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Malandro, como sempre, sem caráter, e quer dirigir o Brasil", disse. A reportagem procura contato com o petista e o espaço está aberto para manifestação.

Ainda em seu discurso, Bolsonaro defendeu o porte e a posse de arma de fogo e ordenou seus apoiadores que comprem armas. "Povo armado jamais será escravizado. Comprem suas armas. Isso também está na Bíblia. Nós não somos cordeiros. Não queremos ser lobos também. Mas jamais seremos cordeiros de dois ou três, dizer que nossa liberdade é sagrada e não tem limites. 'Ah fake news'. Não tem fake news. Ah vai pra pu... ponta da praia", afirmou.


Reportagem do R7 mostrou que o número de armas furtadas, roubadas, extraviadas ou perdidas pertencentes a caçadores, atiradores e colecionadores de armas de fogo (chamados de CACs) aumentou 35,9% em 2021 em relação ao ano anterior. Desde 2018, a tendência era de queda nos dados. Entretanto, o número saltou de 498, em 2020, para 677, no ano passado. A quantidade é ainda maior quando se somam os dados dos clubes de tiro, alcançando o total de 699 armas extraviadas ou roubadas em 2021.

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O general do Exército Walter Braga Netto, vice de Bolsonaro na chapa, estava presente. É a primeira vez que ambos aparecem juntos após o registro da candidatura do PL ao Palácio do Planalto junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O militar não discursou. 


Participaram ainda os ministros Joaquim Leite (Meio Ambiente), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública) e Marcos Montes (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), além dos deputados federais Ricardo Barros (PP-PR), Tereza Cristina (PP-MS), Sérgio Souza (MDB-PR) e o almirante Flávio Rocha.

Na cerimônia, lideranças da Confederação Nacional do Agronegócio criticaram a tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de voltar ao comando do Palácio do Planalto, defenderam as reformas política, administrativa e tributária e criticaram o que chamam de 'ideologia de gênero' nas escolas.

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