Bolsonaro e Michelle pedem acesso a depoimentos prestados à Polícia Federal sobre joias
Na quinta-feira, Frederick Wassef, Mauro Cid, Lourena Cid e Osmar Crivelatti responderam às perguntas dos investigadores
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso aos depoimentos dados na quinta-feira (31) à Polícia Federal no caso da suposta venda ilegal de joias e presentes dados à Presidência da República. O advogado Frederick Wassef, o tenente-coronel Mauro Cid e o pai dele, general Mauro Cesar Lourena Cid, depuseram. Um dos assistentes de Bolsonaro, o tenente Osmar Crivelatti, também falou, segundo informações da Record TV. O ex-presidente, a esposa, o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência Fabio Wajngarten e o ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Câmara ficaram em silêncio.
"Os termos de declarações de oitivas já realizadas constituem elementos já efetivamente documentados, tornando-se, assim, imperiosa a concessão de acesso imediato a esses documentos. Diante do significativo progresso nas investigações, notadamente com a obtenção de depoimentos cruciais ocorridos ontem, requer-se a autorização para a atualização dos autos, permitindo o acesso integral aos termos de declarações relativos às oitivas realizadas em 31 de agosto de 2023", disse.
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A defesa de Bolsonaro e Michelle alegou que o STF não é o "foro competente" para a apuração desses crimes. "Não se trata de ficar em silêncio. O STF não se mostra o órgão jurisdicional correto para cuidar da presente investigação", postou a ex-primeira-dama em uma rede social.
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Em agosto, a Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em uma operação de combate a crimes de peculato e lavagem de dinheiro ligados ao caso das joias recebidas pelo ex-presidente. O general Mauro Cesar Lourena Cid foi um dos alvos da operação.
Joias avaliadas em R$ 16,5 milhões e escultura dourada de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros estão entre os objetos apreendidos pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP), em outubro de 2021, com um assessor que trabalhou durante a ge...
Joias avaliadas em R$ 16,5 milhões e escultura dourada de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros estão entre os objetos apreendidos pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP), em outubro de 2021, com um assessor que trabalhou durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Eles são suspeitos de vender joias e presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente. De acordo com a PF, eles teriam utilizado "a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues em missões oficiais por autoridades estrangeiras a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior".
Colaborou Natália Martins