O presidente Jair Bolsonaro participou, nesta quinta-feira (21), da inauguração de obras relacionadas à transposição do rio São Francisco em Pernambuco e na Paraíba. Uma delas ainda não está pronta para funcionamento. O Canal do Agreste, que deveria levar água potável para 2 milhões de moradores do semiárido nordestino, não fará a distribuição imediata para a população, mesmo após a inaguração oficial, por causa de atrasos e falta de repasses financeiros.
Segundo o governo de Pernambuco, a adutora não foi finalizada porque o governo federal cortou R$ 161 milhões previstos para a finalização do empreendimento. O corte teria ocorrido em abril deste ano.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, explicou que os recursos não foram repassados por causa da identificação de um represamento da verba pelo estado. "Foi identificado, em um levantamento, que R$ 47 milhões empenhados ainda não foram gastos. Não tem como repassar mais verba se o estado tem dinheiro em caixa. Apesar disso, estamos tentando resolver a situação", garantiu Marinho.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Regional afirmou que "a Adutora do Agreste recebeu R$ 248,2 milhões do MDR nos anos de 2019 e 2020". De acordo com uma verificação feita em agosto de 2021, a pasta informa que foi apurada a existência de R$ 47 milhões repassados pela União que não foram executados pelo caixa do governo estadual. Apesar disso, "o MDR e o Ministério da Economia estão em tratativas para tentar viabilizar novos repasses", frisou a nota.
Na Paraíba, também foi inaugurado, nesta quinta-feira, o último trecho do eixo norte do projeto de transposição do rio São Francisco. A etapa conta com 8 quilômetros de extensão, entre os reservatórios Caiçara, em São José de Piranhas, e Engenheiro Ávidos, em Cajazeiras. O canal, que vai beneficiar moradores da Paraíba e do Rio Grande do Norte, custou R$ 49,7 milhões.