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Bolsonaro será internado nesta quarta para cirurgia de hérnia; entenda o procedimento

Previsão é de que o ex-chefe do Executivo passe pelo procedimento, em um hospital de Brasília, nesta quinta (25)

Brasília|Giovana Cardoso e Rafaela Soares, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Jair Bolsonaro será internado para cirurgia de hérnia inguinal bilateral devido a dores persistentes.
  • A operação inclui bloqueio anestésico e um procedimento chamado herniorrafia inguinal convencional.
  • A decisão do tratamento deve levar em conta a saúde do paciente e os riscos envolvidos.
  • Durante a internação, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro poderá acompanhá-lo, mas o uso de eletrônicos será proibido.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Defesa de Jair Bolsonaro entrou com o pedido nessa terça-feira Gustavo Moreno/STF - 10/06/2025

O ex-presidente Jair Bolsonaro, preso desde novembro, será internado ao longo desta quarta-feira (24) para passar por uma cirurgia destinada à correção de hérnia inguinal bilateral. O procedimento foi indicado devido à persistência de dores e desconforto na região da virilha, conforme apontou o relatório pericial da Polícia Federal (PF).

Segundo os médicos responsáveis, durante a internação também deverá ser realizado um bloqueio anestésico do nervo frênico, como complemento ao tratamento medicamentoso, com o objetivo de atenuar as crises de soluço.


Para tratar a hérnia, foi recomendado um procedimento denominado herniorrafia inguinal convencional, técnica que consiste em reposicionar o conteúdo herniado de volta à cavidade abdominal.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes autorizou a realização da cirurgia, mas determinou que as previsões do procedimento fossem encaminhadas pela defesa ao Supremo, a fim de viabilizar a logística para a liberação de Bolsonaro da Superintendência da Polícia Federal.


De acordo com a perícia da PF, “apesar de existir uma possibilidade segura de tratamento não operatório (conservador/‘espera vigilante’), a maioria dos cirurgiões recomenda a intervenção cirúrgica quando da descoberta de uma hérnia inguinal”.

Os médicos responsáveis pela avaliação indicaram que a mortalidade pós-operatória é baixa. “No entanto, a decisão entre tratamento cirúrgico ou conservador deve considerar a relação risco-benefício, levando em conta fatores como idade, comorbidades e, não menos importantes, o esclarecimento e a vontade do paciente”, destaca o laudo.


Após a avaliação, a junta médica concluiu que o procedimento deve ser “realizado o mais breve possível”, uma vez que Bolsonaro não apresentou resposta satisfatória aos tratamentos anteriores. O relatório aponta ainda piora no sono e na alimentação, além do aumento do risco de complicações da hérnia em razão do crescimento da pressão intra-abdominal.

O que é hérnia?

A hérnia ocorre quando um órgão ou tecido sai de sua posição normal por uma abertura ou fraqueza na parede que o envolve — sendo a parede abdominal a mais afetada. Entre as hérnias abdominais, as da região da virilha estão entre as mais comuns e atingem principalmente homens, sobretudo idosos.


A hérnia é classificada como redutível quando o conteúdo retorna à posição original espontaneamente ou com auxílio manual. Quando isso não ocorre, ela é considerada irredutível ou encarcerada. Caso o fluxo sanguíneo do tecido seja comprometido, a condição passa a ser chamada de hérnia estrangulada.

Na maioria dos casos, a hérnia inguinal provoca dor ou desconforto na virilha. Em alguns pacientes, há apenas um inchaço visível na região. O diagnóstico costuma ser feito por avaliação clínica.

Ao R7, um dos médicos responsáveis pelo atendimento de Bolsonaro, Celso Birolline, explicou que, além do reposicionamento do conteúdo abdominal, o procedimento envolve a reconstrução da parede abdominal na região inguinal e o reforço do reparo com uma tela de polipropileno.

Regras

A Polícia Federal ficará responsável pelo transporte do ex-chefe do Executivo até um hospital particular nesta quarta-feira (24).

A decisão também autoriza a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como acompanhante durante o período de internação, mas veta a visita dos filhos — o senador Flávio Bolsonaro, o deputado federal Eduardo (que é considerado foragido nos EUA) e os vereadores Carlos e Jair Renan.

Também está proibido o uso de computadores, telefones celulares ou quaisquer dispositivos eletrônicos, exceto equipamentos médicos. Caberá à Polícia Federal assegurar o cumprimento da restrição.

Autorização

O ministro determinou ainda que a defesa marque a data do procedimento e, posteriormente, o processo seja encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para parecer.

Na mesma decisão, Moraes negou o pedido da defesa para alterar o horário das sessões de fisioterapia. A solicitação previa a realização dos atendimentos após as 18h.

Prisão domiciliar

Moraes reiterou que Bolsonaro não tem direito à prisão domiciliar, por ter sido condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade em regime fechado.

O ministro citou ainda o descumprimento de medidas cautelares durante o curso do processo, incluindo uma suposta tentativa de fuga quando o ex-presidente estava em prisão domiciliar.

Na decisão, Moraes mencionou o laudo da perícia da tornozeleira eletrônica, que indicou violação do equipamento, além de um documento que apontaria a intenção de Bolsonaro de fugir para a Argentina.

“Portanto, além da total ausência dos requisitos legais para a concessão da prisão domiciliar, os reiterados descumprimentos das medidas cautelares e os diversos atos concretos voltados à fuga indicam a necessidade do cumprimento da pena em regime fechado, conforme decisão transitada em julgado do Supremo Tribunal Federal”, concluiu o ministro.

Segundo Moraes, os argumentos apresentados pela defesa não se confirmam.

Ele afirmou ainda que a Superintendência Regional da Polícia Federal oferece “condições absolutamente similares” às da prisão domiciliar, destacando a proximidade com hospitais, a presença de médicos de plantão e o acesso irrestrito dos médicos particulares de Bolsonaro ao ex-presidente.

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