Bolsonaro quer convidar aliado de Pacheco para ser líder do governo
Alexandre Silveira (PSD-MG), que assumirá a cadeira do senador Antonio Anastasia, tem dito a aliados que deve recusar convite
Brasília|Renato Souza e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu convidar Alexandre Silveira (PSD-MG), que assumirá a cadeira do senador Antonio Anastasia (PSD-MG), para a vaga de líder do governo no Senado. O político tem dito a aliados, contudo, que deve recusar o convite.
Silveira é aliado de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, onde comandou a Diretoria de Assuntos Técnicos e Jurídicos. Atualmente é presidente do PSD mineiro, além de ter sido eleito duas vezes deputado federal e ter atuado duas vezes como secretário estadual.
A avaliação do convite a Silveira é de que ele possa apaziguar a relação conflituosa que Bolsonaro tem com o Senado, onde muitos projetos políticos do mandatário emperram ou são derrotados. O político tem bom trânsito com Pacheco e, por isso, na visão do Planalto, poderia amenizar o tom entre ambos e trazer benefícios para o chefe do Executivo.
Silveira é conhecido dentro do Palácio do Planalto. No início de janeiro, ele sobrevoou municípios mineiros atingidos pelas fortes chuvas com os ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo).
Na última semana, ele voltou a visitar o Planalto, dessa vez para se encontrar com os ministros João Roma (Cidadania) e Joaquim Leite (Meio Ambiente). Dias depois, Silveira reuniu-se com Bolsonaro para tratar sobre os estragos causados pelos alagamentos.
"Ao presidente externei que precisamos de um trabalho integrado em pelo menos três frentes: na saúde, para atendimento aos atingidos e atenção para evitar doenças com a elevação das águas; na infraestrutura, para liberação de estradas e reconstrução de equipamentos públicos destruídos; e na cidadania, para acolhimento e moradia das pessoas que foram desalojadas", escreveu em uma publicação feita nas redes sociais.
O político tem dito a aliados, contudo, que não deve aceitar o cargo de líder do governo. Seu partido, comandado por Gilberto Kassab, trabalha pela candidatura de Pacheco à Presidência da República nas eleições de outubro.
O último líder do governo no Senado foi Fernando Bezerra (MDB-PE), que deixou o cargo em 15 de dezembro de 2021 após perder a disputa para a vaga no TCU (Tribunal de Contas da União). Na ocasião, Anastasia ganhou a disputa com 52 votos.
Outros nomes estudados para o posto são os senadores Eduardo Gomes (MDB-TO) e Marcos Rogério (DEM-RO), que ganhou visibilidade com a CPI da Covid-19.