Braga Netto teve participação ‘concreta’ em suposto plano de golpe; general nega
Nas redes sociais, Braga Netto negou as acusações e afirmou nunca se tratar de golpe, ‘e muito menos de plano de assassinar alguém’
Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília
O relatório da Polícia Federal, divulgado nesta terça-feira (26), aponta que o ex-ministro da Defesa e general Walter Souza Braga Netto participou de forma “concreta” nos atos relacionados a suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo o documento, o militar tinha conhecimento e aprovou os planos articulados para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nas redes sociais, Braga Netto negou as acusações e afirmou nunca se tratar de golpe, “e muito menos de plano de assassinar alguém”. Em nota, a defesa do militar repudiou a criação de “uma tese fantasiosa e absurda”. “A defesa do general Braga Netto acredita que a observância dos ritos do devido processo legal elucidarão a verdade dos fatos”, diz o texto.
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Braga Netto concorreu nas eleições presidenciais de 2022 como vice-presidente de Jair Bolsonaro. Entre 2020 e 2021, foi ministro-chefe da Casa Civil e ministro da Defesa, de 2021 a 2022.
“Os elementos probatórios obtidos ao longo da investigação evidenciam a sua participação concreta nos atos relacionados a tentativa de Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito, inclusive na tentativa de embaraçamento e obstrução do presente procedimento”, aponta o relatório.
Ainda de acordo com as investigações, um grupo de militares teria se reunido na casa de Braga Netto, em novembro de 2022, para “apresentar o planejamento das ações clandestinas com o objetivo de dar suporte às medidas necessárias para tentar impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder judiciário”.
Na reunião, também estavam presentes o tenente-coronel Mauro Cid, major Rafael de Oliveira e o tenente-coronel Ferreira Lima.
A Polícia Federal indicou, ainda, a presença de elementos “fortes” de prova que apontam a participação do general na tentativa de pressionar comandantes da Aeronáutica e do Exército a aderirem ao plano de golpe.
“Conforme consta nos autos, Braga Netto utilizou o modo de agir da milícia digital, determinando a outros investigados que promovessem e difundissem ataques pessoais ao General Freire Gomes e ao Tenente-Brigadeiro Baptista Júnior, além de seus familiares”, diz o texto.