Brasil e países do Sul Global pedem por ‘solução duradoura’ na guerra entre Ucrânia e Rússia

O Ministério das Relações Exteriores publicou neste sábado (28) um comunicado conjunto com 12 países sobre os riscos de escalada do conflito na Ucrânia. Em meio a guerra com a Rússia, o documento ressalta a importância de apoiar uma “solução duradoura entre os envolvidos”, com uso de uma diplomacia inclusiva e por meios políticos baseados na Carta da ONU (Organização das Nações Unidas). “Encorajamos todos os lados a viabilizar as condições para tal solução”, completa.

No documento, a África do Sul, Argélia, Bolívia, Brasil, Cazaquistão, China, Colômbia, Egito, Indonésia, México, Quênia, Turquia e Zâmbia reiteram, ainda, o pedido de aumentar a assistência humanitária no país, além de cobrarem o cumprimento de leis e acordos internacionais sobre o uso ou ameaça com armas de destruição em massa.

Além do comunicado, os países anunciaram a criação do “Grupo de Amigos da Paz”, que vai buscar manter contatos regulares para apoiar esforços globais em “favor da paz duradoura”. Segundo o Itamaraty, o Brasil reiterou o compromisso com os princípios da paz, diálogo e respeito ao direito internacional. Demonstrando, também, o interesse brasileiro de apoiar o diálogo e a negociação entre as partes.

“Estamos profundamente preocupados com a hostilidade em andamento na Ucrânia e os riscos de sua escalada. Estamos preocupados com os riscos e crises decorrentes desse conflito, que já afetou muitos países, incluindo aqueles do Sul Global”, diz o comunicado.

O documento pede esforços para aumentar a cooperação internacional em energia, moedas, finanças, comércio, segurança alimentar e segurança de infraestruturas críticas, para contribuir na estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos globais.

O comunicado foi acordado durante a reunião de Alto Nível de Países do Sul Global sobre o Conflito na Ucrânia, em Nova York. O encontro foi co-presidido pelo Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Embaixador Mauro Vieira, assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, Embaixador Celso Amorim, e o Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.