Brasil já prendeu chefes militares antes da redemocratização, explica historiador
Segundo o professor da UFRJ, a prisão de Braga Netto neste sábado é inédita no período pós-regime militar.
Brasília|Do R7, em Brasília
O professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e historiador Carlos Fico explicou que a prisão do general Walter Braga Netto, neste sábado (14), é inédita no período de redemocratização devido à “existência de um processo legal conduzido pelo Poder Judiciário em fase de normalidade democrática”.
Contudo, o Brasil já teve militares de alta patente presos no passado, mas todos antes ou no ano da instauração da ditadura militar, em 1964.
Veja mais
De acordo com Fico, as prisões dos militares ocorreram “pelo Executivo durante crises políticas e institucionais”. As informações foram postadas na plataforma X (antigo Twitter).
Veja a lista completa
- Marechal Hermes da Fonseca — preso duas vezes em 1922;
- General Alcides Etchegoyen — preso em 1955;
- General Fiúza de Castro — preso em 1955;
- General Juarez Távora — preso em 1955 e 1956;
- Marechal Lott — preso em 1961;
- General Assis Brasil — preso em 1964.
Prisão de Braga Netto
General de quatro estrelas, Braga Netto foi detido preventivamente por ordem do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. O ex-ministro da Defesa do governo Jair Bolsonaro também foi indiciado pela Polícia Federal por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Segundo informações do Exército, o candidato a vice-presidente da chapa derrotada em 2022 está preso em uma cela na primeira divisão do Exército, na zona oeste do Rio de Janeiro. Por ser um general de quatro estrelas, ele tem direito a um alojamento especial.
Ainda no final de semana, o general passou por uma audiência de custódia, onde foi mantida a prisão preventiva. Em uma rede social, o ex-presidente Jair Bolsonaro criticou a prisão do general.