Brasil quer desenvolver cooperação aeroespacial com a Itália
A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação disse, num evento na embaixada italiana, que o foco é fortalecer a colaboração científica
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou, nesta segunda-feira (13), que o Brasil e a Itália traçam um plano de cooperação com foco na área aeroespacial. A ideia é fechar essa parceria durante o 2º Encontro dos Líderes das Agências Espaciais Membros da Organização Internacional Ítalo-Latino-Americana, que ocorre em maio.
"Há um estudo ítalo-latino-americano que procura desenvolver e conhecer o domínio que cada país tem sobre o debate e, a partir daí, ver por qual caminho vai sair um plano concreto, através de alguma plataforma multiúso para poder desenvolver cursos, programas", afirmou a ministra em um encontro que reuniu os secretários estaduais de Ciência e Tecnologia e representantes italianos na Embaixada da Itália.
O objetivo da parceria aeroespacial está centrado no desenvolvimento de satélites, com foco no monitoramento climático, como é o caso da relação que já existe com a China.
A cooperação ítalo-brasileira em ciência e tecnologia também deve ser estendida para áreas de matemática aplicada e computação, citou Luciana. "Queremos diversificar essa cooperação [e levá-la] para outras áreas de conhecimento."
A ministra destacou o papel dos secretários de estado nessa colaboração, uma vez que é no contexto das fundações estaduais que são desenvolvidos os laços bilaterais. Nesse sentido, o embaixador da Itália no Brasil, Francesco Azzarello, ressaltou o desejo de fortalecer a parceria científica entre os países. "A prioridade está no clima, na biodiversidade. Fazer o mundo sustentável para as futuras gerações."
Presidente do Conselho Nacional das Pesquisas da Itália (CNR) e ex-ministra italiana da Educação, Universidade e Pesquisa, Maria Chiara Carrozza destacou a necessidade de o Brasil cumprir a expectativa de priorizar a pesquisa e a cooperação internacional científica e lhes dar robustez.
"Depois da Covid e da emergência pandêmica, houve muitos investimentos em pesquisa na biodiversidade, agricultura de precisão, na tecnologia e inteligência artificial e em outros setores. Para nós é um momento especial e oportuno para olhar o Brasil como um parceiro científico importante", destacou Carrozza.
Incremento ao fundo
Durante o evento, a ministra de Ciência e Tecnologia anunciou que espera, ainda em abril, recompor o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico "em sua totalidade, aportando R$ 9,6 bilhões na ciência brasileira". O aporte seria por meio de crédito suplementar, a ser enviado pelo governo ao Congresso Nacional na forma de um projeto de lei.
O movimento ocorre depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou da Lei Orçamentária Anual (LOA) R$ 4,266 bilhões em despesas propostas, sendo que quase 98% do montante barrado iria para o fundo.
A justificativa do Executivo é que não foi cumprida a regra do próprio fundo que exige proporção entre operações reembolsáveis e não reembolsáveis. No entanto, os técnicos do Congresso Nacional dizem que o recurso foi dobrado graças à emissão de títulos públicos, o que não entraria no limite referido.
A promessa do governo, anunciada anteriormente por Luciana, era remanejar o recurso barrado para a área ainda em fevereiro. Agora, a expectativa é que isso ocorra em abril.