Logo R7.com
RecordPlus
R7 Brasília

Brasil vira antagonista dos EUA na abertura da Assembleia-Geral da ONU

Lula abre discursos oficiais na terça-feira em Nova York; é a primeira viagem oficial do presidente aos EUA desde a posse de Trump

Brasília|Do Estadão Conteúdo

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Lula se torna antagonista de Trump na abertura da Assembleia-Geral da ONU.
  • Primeira viagem oficial de Lula aos EUA desde a posse de Trump, marcando a crise entre Brasil e EUA.
  • Discurso de Lula deve abordar soberania nacional, multilateralismo e apoio à Palestina, apesar do confronto político.
  • Temores de novas sanções dos EUA e restrições à delegação brasileira em Nova York.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Lula também participa de eventos preparatórios para a COP30 Valter Campanato/Agência Brasil - 18.09.2025

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, se tornou o principal antagonista de Donald Trump no primeiro dia da abertura da Assembleia-Geral da ONU, que começa nesta segunda-feira (22) em Nova York. É a primeira viagem oficial de Lula aos EUA desde a posse de Trump, em janeiro, que marcou o início da crise atual entre o Palácio do Planalto e a Casa Branca, uma das mais graves desde que os dois países estabeleceram relações diplomáticas, no século 19.

Os dois presidentes poderão se encontrar pela primeira vez nos corredores da ONU. Como de praxe, cabe ao Brasil fazer o discurso de abertura amanhã no plenário da Assembleia-Geral da ONU. Trump ocupará a tribuna logo em seguida. O governo brasileiro entende que os contrastes entre eles ficarão claros.


Não há pedidos de reunião bilateral, que poderiam ser interpretados como humilhação ao Brasil. Os mais experientes ex-embaixadores brasileiros em Washington classificaram o atual momento como o pior em 200 anos de relações diplomáticas. Ameaças de novas punições ao Brasil em virtude do apoio de Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro tendem a piorar a crise.

Leia mais

Os diplomatas avaliam que Lula errou ao apoiar os democratas para sucessão de Joe Biden, divergem sobre a conveniência de um contato direto com Trump, como um telefonema, mas concordam que o republicano praticou uma ingerência na política brasileira.


A Casa Branca insiste na tese de defesa da liberdade de expressão por parte de Trump, que vê uma caça às bruxas na condenação de Bolsonaro, com quem ele se comparou, e na suposta perseguição às big techs americanas.

O Planalto, no entanto, enxerga no tarifaço de 50% e na pressão por meio de sanções pessoais (com corte de vistos e cerco financeiro da Lei Magnistky) a ministros do governo e do STF (Supremo Tribunal Federal), principalmente Alexandre de Moraes, uma tentativa de ingerência nas eleições de 2026.


De visões antagônicas em questões importantes, dos conflitos geopolíticos à emergência climática, Lula e Trump se chocam em uma série de pontos.

Sanções

Nos bastidores, há o temor de que autoridades brasileiras sejam alvo de novas sanções ou que o país sofra novas tarifas ou sanções secundárias em razão da compra do diesel e de fertilizantes russos. Antes da Assembleia-Geral, o Departamento de Estado dos EUA impôs restrições de locomoção no visto diplomático de representantes brasileiros.


Impedido de circular livremente em Nova York, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desistiu de viajar. Em carta, apontou obscurantismo e prejuízos ao Brasil. Integrantes da delegação brasileira de menor escalão também tiveram a movimentação restrita. O episódio não deve passar batido pelo discurso de Lula, que deve mencionar as restrições não só à comitiva do Brasil, mas também à delegação palestina.

Preparada há dias, a fala deve citar as prioridades da política externa brasileira. No Planalto a ideia é mandar uma mensagem contundente e responder a Trump, ainda que Lula não deseje mencioná-lo.

A posição de enfrentamento recebeu elogios fora do país, na avaliação do governo, algo que o Planalto não quer deixar escapar. Lula pretende fazer uma defesa enfática da soberania nacional, frente aos ataques de Washington, da democracia e da independência das instituições.

Multilateralismo

Lula vai citar a crise do multilateralismo, a proliferação de guerras e a necessidade de reformar o Conselho de Segurança da ONU, fazendo referência à campanha do Brasil por um assento permanente. Ele também deve citar as prioridades da COP30 e criticar quem põe em xeque as mudanças climáticas.

O presidente também deve qualificar como “genocídio” a atuação de Israel na Faixa de Gaza e manifestar publicamente o apoio do Brasil ao processo contra o governo israelense na Corte Internacional de Justiça, aproveitando a onda favorável aos palestinos patrocinada pelo governo da França.

Perguntas e Respostas

Qual é o papel do Brasil na Assembleia-Geral da ONU?

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, se tornou o principal antagonista de Donald Trump no primeiro dia da abertura da Assembleia-Geral da ONU, que começa em Nova York. Esta é a primeira viagem oficial de Lula aos EUA desde a posse de Trump, marcando uma crise significativa nas relações entre o Brasil e os EUA.

Como será a interação entre Lula e Trump durante a Assembleia?

Os dois presidentes poderão se encontrar pela primeira vez nos corredores da ONU. O Brasil fará o discurso de abertura no plenário da Assembleia-Geral, seguido por Trump. O governo brasileiro acredita que as diferenças entre eles ficarão evidentes.

Quais são as preocupações em relação às relações diplomáticas entre Brasil e EUA?

Não há pedidos de reunião bilateral, que poderiam ser vistos como uma humilhação ao Brasil. Ex-embaixadores brasileiros consideram o atual momento como o pior em 200 anos de relações diplomáticas. Ameaças de punições ao Brasil devido ao apoio de Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro podem agravar a crise.

Como os diplomatas brasileiros avaliam a situação atual?

Os diplomatas acreditam que Lula errou ao apoiar os democratas na eleição de Joe Biden e divergem sobre a conveniência de um contato direto com Trump. No entanto, concordam que Trump interferiu na política brasileira.

Quais são as sanções e restrições que o Brasil enfrenta?

O governo brasileiro vê as tarifas de 50% e as sanções pessoais a ministros e ao Supremo Tribunal Federal como tentativas de ingerência nas eleições de 2026. Há também preocupações sobre novas sanções relacionadas à compra de diesel e fertilizantes russos.

O que aconteceu com a delegação brasileira em Nova York?

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desistiu de viajar devido a restrições de locomoção impostas pelo Departamento de Estado dos EUA. Outros membros da delegação também enfrentaram movimentação restrita.

Qual será o foco do discurso de Lula na Assembleia?

Lula deve abordar as restrições enfrentadas pela delegação brasileira e pela delegação palestina, além de enfatizar a soberania nacional, a democracia e a independência das instituições. Ele também mencionará a crise do multilateralismo e a necessidade de reformar o Conselho de Segurança da ONU.

Quais temas Lula deve abordar em relação ao conflito na Faixa de Gaza?

Lula deve qualificar a atuação de Israel na Faixa de Gaza como “genocídio” e manifestar apoio ao processo contra o governo israelense na Corte Internacional de Justiça, alinhando-se à onda favorável aos palestinos.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.