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Campos Neto defende medidas do BC contra inflação e diz que 'dívida alta é que faz o juro ser alto'

'Nenhum presidente do Banco Central gosta de subir juros, mas nossa obrigação é uma meta de inflação', disse no Senado

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Campos Neto é sabatinado no Senado
Campos Neto é sabatinado no Senado

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu nesta terça-feira (25), durante a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, as ações adotadas pela instituição para seguir a meta inflacionária.

“Nenhum presidente do Banco Central gosta de subir juros, mas nossa obrigação é uma meta de inflação”, disse. "A taxa de juros é alta, e a gente tem que baixar. Nós queremos fazer isso. Mas não podemos confundir a causa e o efeito. O Banco Central não é quem faz a dívida ser alta. É a dívida alta que faz o juro ser alto," afirmou.

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Segundo ele, a inflação é o "imposto" mais perverso que existe e "prejudica o pobre". “O dinheiro perde valor nas mãos das pessoas e ganha nas do emissor, que é o governo. De certa forma, a inflação até melhora a situação fiscal, mas à custa de desigualdade e de uma piora na qualidade do consumo”, afirmou Campos Neto.

Campos Neto citou o movimento de aumento de juros em pleno período eleitoral, algo que definiu como inédito na história do país e do mundo. O motivo foi uma intervenção diante da previsão de inflação.


“O Banco Central, mesmo no período eleitoral, entendeu que a inflação ia subir, entendeu antes de grande parte dos outros países, fez uma subida muito grande no ano eleitoral", afirmou o presidente do BC. Ele apresentou, logo no início da sessão, um cálculo em que estimava que, caso não houvesse aumento da taxa de juros, "a inflação estaria em 10%, e não na projeção de 5,8%". Nesse caso, avaliou, o Banco Central estaria elevando a taxa Selic para 18,75% em vez de mantê-la nos atuais parâmetros.

Campos Neto disse que não há “bala de prata” para resolver esse impasse. “É difícil um país cumprir o sistema de metas que a gente segue sem ter o regime de disciplina fiscal.” Sem isso, o Brasil corre o risco de ver a saúde financeira desmoronar, como na Turquia, na Argentina, no Egito e no Líbano, afirmou.


Em Portugal, Lula volta a atacar juros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta segunda-feira (24) o atual patamar da taxa básica de juros do Brasil, mantida em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado. Em encontro com empresários em Matosinhos, na região do Porto, em Portugal, o petista afirmou que a Selic está "muito alta". Lula vem fazendo reiteradas críticas à taxa de juros desde que assumiu o governo.

"Temos um problema no Brasil, primeiro-ministro, que Portugal não sei se tem. É que a nossa taxa de juros é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é a taxa referencial, está em 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%, ninguém. Não existe dinheiro mais barato", criticou Lula ao se dirigir a António Costa, primeiro-ministro português, durante o evento em Matosinhos.

Pacheco cobra 'redução imediata' de taxa de juros

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a “redução imediata” da taxa de juros para que o Brasil volte a crescer. A declaração, feita na última quinta-feira (20) durante a abertura do Lide Brazil Conference, em Londres, foi direcionada ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que estava na plateia.

"Não conseguiremos crescer o Brasil a 13,75% ao ano. Há divergências naturais entre Executivo, Legislativo, sociedade e o meio empresarial, mas se há algo que nos une é a impressão, o desejo, a obstinação de reduzir a taxa de juros. É uma súplica do Senado, meu caro presidente do Banco Central", cobrou.

Durante o discurso, Pacheco reforçou a defesa da autonomia do BC, mas voltou a insistir na necessidade de os juros caírem. “Há um sentimento geral hoje de que precisamos encontrar um caminho para a redução imediata da taxa de juros. Esse é o desejo da economia e do mercado”, disse.

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