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R7 Brasília

CGU abre processos contra servidores da PF citados em inquérito da ‘Abin paralela’

Segundo órgão, doía agentes e um delegado são investigados por se ausentarem do serviço por mais de 60 dias entre 2021 e 2022

Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Três servidores da PF são alvos de processo na CGU Divulgação/Controladoria Geral da União

A CGU (Controladoria-Geral da União) abriu processos administrados contra os servidores da Polícia Federal Marcelo Araújo Bormevet, Felipe Arlotta Freitas e Eliomar da Silva Pereira. Eles são investigados por se ausentarem do serviço por mais de 60 dias entre os anos de 2021 e 2022, quando estavam cedidos à Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Os servidores também são alvo de investigações no inquérito que apura a existência de uma suposta “Abin paralela” durante este período. O R7 tenta contato com as defesas, e o espaço permanece aberto.

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Segundo a CGU, Bormevet é agente da PF desde 2005 e, atualmente, está suspenso de exercer suas funções públicas, em virtude de uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares. Já Arlotta Freitas faz parte do quadro da instituição desde 2006. Ele também está suspenso de exercer funções por conta da decisão de Moraes.

Silva Pereira é delegado da PF desde 2003 e também estava trabalhando na Abin no período investigado. Enquanto estava na Agência, ficou lotado no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações.

Relembre o caso

A operação Última Milha, da Polícia Federal, investiga o suposto uso ilegal da estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para espionagem ilegal de adversários políticos da família Bolsonaro. Na mira dos agentes, entre outras pessoas, estão o ex-diretor-geral da agência Alexandre Ramagem e o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro.


Leia abaixo o que se sabe sobre a operação:

• A Polícia Federal encontrou uma troca de mensagens no celular de Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin, entre ele e Luciana Almeida, assessora do vereador Carlos Bolsonaro, em que ela pedia “ajuda” relacionada a um inquérito policial relacionado à família Bolsonaro.


• Segundo a corporação, as mensagens indicam que “o núcleo político [do esquema] possivelmente se valia de Ramagem para obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas”.

• A operação da PF, que também mirou o militar do Exército Giancarlo Rodrigues, cedido à Abin durante o governo Bolsonaro, apura os destinatários das informações obtidas a partir do suposto esquema de monitoramento ilegal com sistemas da agência. Um computador que pertence à Abin foi apreendido durante a operação da Polícia Federal no endereço de Rodrigues. A esposa dele, que não é alvo da operação, é servidora da Abin em Salvador.


• Segundo a PF, a nova fase avançou na apuração justamente desse núcleo político do suposto esquema, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente.

A investigação

• Na última quinta-feira (25), o deputado federal e ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ) também foi alvo de buscas e apreensões em endereços ligados a ele. Na ocasião, os agentes estiveram, por exemplo, no gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados e no aparamento funcional, ambos em Brasília.

• As investigações apontam indícios de que Ramagem, inclusive, continuou recebendo informações de dentro da Abin mesmo depois que deixou o comando do órgão.

• O uso irregular de um sistema da Abin para monitorar autoridades brasileiras, jornalistas e advogados começou a ser investigado em 2023. De acordo com a apuração, o programa First Mile permitia o monitoramento de milhares de pessoas — e teriam sido feitos 60 mil acessos a ele em dois anos e meio.

• Segundo a PF, para acionar o sistema de geolocalização e ter acesso às informações das pessoas, bastava digitar o número do celular. A aplicação também criava históricos de deslocamento e alertas em tempo real da movimentação dos aparelhos cadastrados.

• Entre os monitorados ilegalmente, estariam os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Morais, além de Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados.

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