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R7 Brasília

Cid desmaiou em depoimento e teve de ser atendido por brigadistas do STF

Militar foi ouvido nesta sexta (22) pelo STF por áudio criticando Moraes e Polícia Federal e saiu do depoimento preso

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília

Mauro Cid foi preso após depoimento
Mauro Cid foi preso após depoimento Roque de Sá/Agência Senado - 11.7.2023

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, desmaiou durante o depoimento ao Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (22) e precisou ser socorrido por dois brigadistas do STF. O militar foi preso após o interrogatório. Cid foi convocado a depor sobre um áudio no qual fez ataques à Polícia Federal e ao ministro Alexandre de Moraes

Na gravação, o ex-ajudante de Bolsonaro afirma que a PF o pressionou a relatar fatos que não aconteceram e a detalhar eventos sobre os quais não tinha conhecimento. O R7 apurou que o militar corre o risco de ter o acordo de delação premiada firmado com a corporação anulado.

Ele diz que foi induzido por policiais a corroborar declarações de testemunhas e a reproduzir informações específicas, sob pena de perder os benefícios do acordo de delação premiada. O militar critica a atuação de Moraes, dizendo que o ministro faz o que bem entender.

"O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação. Se eu não colaborar, vou pegar 30, 40 anos [de prisão]. Porque eu estou em [inquérito sobre] vacina, eu estou em joia", comentou Cid.


Na gravação, o ex-ajudante de Bolsonaro afirma que Moraes "já tem a sentença pronta" dos inquéritos dos quais é relator e que apenas aguarda "o momento mais conveniente" para ordenar as prisões dos investigados.

"O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta, acho que essa é que é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele pronta. Só está esperando passar o tempo. O momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, o PGR acata, aceita e ele prende todo mundo", reclamou.


Sobre a PF, Cid diz que "eles queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu". "Eles já estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade. Eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles", afirmou.

"Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo”, acrescentou o militar. “Eu vou dizer pelo que eu senti. Já estão com a narrativa pronta deles. É só fechar. E eles querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles querem", finalizou.


Na quinta-feira (21), a defesa de Cid divulgou uma nota negando que o millitar questione as investigações da Polícia Federal sobre ele. O comunicado diz, também, que Cid passa por um momento de angústia pessoal devido às apurações da corporação.

Segundo a defesa, os áudios "de forma alguma, comprometem a lisura, seriedade e correção dos termos de sua colaboração premiada firmada perante a autoridade policial, na presença de seus defensores constituídos e devidamente homologada pelo Supremo Tribunal Federal nos estritos termos da legalidade".

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