Efetivo policial deste 7/9 é maior que o da posse de Lula
Edis Henrique Peres/R7 - 7.9.2023O desfile do 7 de Setembro deste ano, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, conta com um esquema de segurança reforçado, com uma megaoperação e mais policiais nas ruas do que na posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro, no mesmo local. O evento foi programado para durar em torno de duas horas. As arquibancadas do canteiro central da Esplanada ficaram lotadas antes do início do desfile, que começou por volta das 9h.
Aproximadamente 2.500 pessoas atuam na segurança das comemorações, entre policiais militares e civis do Distrito Federal, além da Força Nacional de Segurança e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
O efetivo empregado neste Dia da Independência em Brasília é superior ao que atuou na cerimônia de posse presidencial, quando por volta de 1.500 agentes participaram do esquema de segurança, entre policiais federais, militares, civis e integrantes do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
A Polícia Federal informou ao R7 que não participou do esquema de segurança do desfile do 7 de Setembro. Em nota à reportagem, a Polícia Civil do DF afirmou que há "reforço nas unidades vinculadas ao evento, porém, por questão de segurança orgânica, não é possível passar a quantidade de policiais empregada".
Na semana passada, o Governo do DF pediu o apoio da Força Nacional durante as celebrações na Esplanada. O ofício foi enviado ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. A solicitação foi reforçada em reunião com o secretário-executivo do ministério, Ricardo Cappelli.
A pasta autorizou o uso da Força Nacional na última terça-feira (5). Segundo o ato publicado no Diário Oficial, o emprego será "em caráter episódico e planejado, nas atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio".
Conforme Dino definiu, a Força Nacional vai atuar "para auxiliar na proteção da ordem pública e do patrimônio público e privado, da União e do Distrito Federal, em atuação conjunta e articulada com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal" durante o desfile do feriado.
A Abin também participa do esquema de segurança. Agentes monitoram supostas ameaças ou incidentes que ponham em risco a segurança da população ou de autoridades na Esplanada dos Ministérios.
Segundo a agência, um centro de monitoramento foi montado com o objetivo de "prover consciência situacional acerca dos eventos". Agentes vão acompanhar o desfile na área central de Brasília e em outras celebrações que estão marcadas para acontecer na cidade.
Para prevenir eventuais protestos ou atos de violência durante o evento, o Governo do DF criou o Gabinete de Mobilização Institucional para acompanhar o andamento das festividades.
Apesar da iniciativa, não há previsão de manifestações durante o feriado. "Até o momento, não registramos nada efetivo, nada organizado que possa de alguma maneira comprometer a segurança do 7 de Setembro", afirmou o secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF, Alexandre Patury.
"Posso prometer que no dia 7 de setembro não ocorrerá nada nem parecido, nada organizado, como o que aconteceu no passado", acrescentou, em referência aos atos extremistas do 8 de Janeiro que culminaram na depredação das sedes dos Três Poderes.
As comemorações da Independência do Brasil têm como pano de fundo a disputa política entre o governo Lula e a base aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro. Enquanto o presidente e o entorno político dele sustentam um discurso de que o 7 de Setembro é uma data "de todos" os brasileiros, a oposição pede aos apoiadores que fiquem em casa, com o objetivo de esvaziar a festa organizada pela gestão petista.
Apesar desse incentivo ao esvaziamento, a avaliação da inteligência do governo federal aponta para outro grupo de apoio a Bolsonaro que estimula a ida à Esplanada para vaiar Lula e as Forças Armadas. Não há, no entanto, sinais de manifestações violentas até o momento.