A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (26) uma moção de louvor ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Na semana passada, o parlamentar anunciou que estava se afastando do posto para ficar nos Estados Unidos a fim buscar as “justas punições” ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.Autores do requerimento, os deputados Luciano Zucco (PL-RS) e Mário Frias (PL-RJ) destacaram que a ação “reconhece o trabalho do colega em expor ao mundo a atual conjuntura política brasileira”. Inicialmente, Eduardo era cotado pelo PL para assumir a Comissão de Relações Exteriores, mas recuou após aventar a possibilidade de ter o passaporte apreendido em virtude de uma notícia-crime apresentada ao STF. Dois deputados do PT tinham pedido a apreensão do passaporte. Após parecer da PGR (Procuradoria-Geral da República), contudo, Moraes arquivou o pedido para reter o documento de Eduardo. Segundo Zucco, que também é líder da oposição na Câmara, a aprovação do requerimento representa uma oportunidade única para que a comunidade internacional tome conhecimento de supostas injustiças que estariam acontecendo no Brasil. Ele também citou o acolhimento, por parte da Primeira Turma do STF, da denúncia da PGR contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Com isso, o ex-presidente se tornou réu e vai responder a uma ação penal no Supremo.“O mundo precisa saber o que está acontecendo no nosso país. A perseguição política, a instrumentalização das instituições e o cerceamento das liberdades são realidades que não podem ser ignoradas”, afirmou Zucco.Eduardo está licenciado da Câmara por 122 dias. No lugar dele, assumiu o suplente Missionário José Olímpio (PL-SP).Em vídeo publicado nas redes para justificar a decisão de se afastar do mandato, Eduardo afirmou que Moraes está tentando usar seu mandato como “cabresto, ferramenta de chantagem e coação do regime de exceção”, sendo um instrumento para prendê-lo e impedi-lo de representar os interesses do país.Eduardo informou que vai se dedicar integralmente a “fazer justiça” e “criar um ambiente para anistiar os reféns do 8 de Janeiro e demais perseguidos que fizeram parte do governo Bolsonaro”.Ao anunciar a licença, Eduardo admitiu que o cargo “facilitava a abertura de portas internacionais”.“No entanto, essas portas já estão abertas. Agora, necessito de tempo e dedicação integral para seguir trabalhando e representando não só os paulistas, mas todos os brasileiros”, disse.