Brasília Comissão do Senado conclui aprovação de projeto que prorroga desoneração da folha

Comissão do Senado conclui aprovação de projeto que prorroga desoneração da folha

Como foi analisado em caráter terminativo, o texto deve seguir direto para a Câmara, sem passar pelo plenário do Senado

  • Brasília | Bruna Lima, do R7, em Brasília

Cúpula do Senado, em Brasília

Cúpula do Senado, em Brasília

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado concluiu, nesta terça-feira (20), a aprovação do projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamento dos 17 setores que mais empregam. Os membros ratificaram o posicionamento em relação ao texto, que já havia recebido o aval do colegiado, na semana passada.

Como foi aprovado na forma de um substitutivo, o regimento prevê um turno suplementar, que foi concluído hoje. 

O colegiado seguiu o relator da proposta, o senador Angelo Coronel (PSD-BA), e rejeitou a sugestão de alteração do senador Magno Malta (PL-ES) de incluir os produtores de mármore e granito no rol dos beneficiados com a desoneração. Essa foi a única emenda apresentada, e, portanto, foi mantido o texto aprovado em 13 de junho

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A proposta passou por 14 a 3 e inclui na desoneração os municípios de até 142 mil habitantes. Essa foi uma inovação feita ao projeto pelo relator. Angelo Coronel propôs reduzir de 20% para 8% a alíquota da contribuição previdenciária sobre a folha desses municípios.

A matéria foi analisada em caráter terminativo na comissão, o que significa que vai direto para a Câmara, sem passar pelo plenário do Senado. No entanto, os senadores ainda podem pedir a apreciação no plenário. Para isso, um recurso deve ser apresentado ao presidente da Casa, em até cinco dias úteis, por nove senadores.

A reportagem apurou que essa é uma tendência da bancada do PT, que votou contrariamente à proposta. Antes da votação, na semana passada, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), pediu o adiamento, apesar de ter ressaltado não ser contra a desoneração em si, mas sim contra o momento da análise.

“A equipe econômica me garantiu que está trabalhando em algo bem mais amplo do que a desoneração desse ou daquele setor para o segundo semestre deste ano”, disse. A ideia do governo era deixar a discussão no escopo da reforma tributária, mas os senadores favoráveis ao projeto afirmam que é necessária uma aprovação rápida, para não ameaçar os setores que mais empregam.

A desoneração da folha foi criada pela lei 12.546/2011 com o objetivo de estimular a geração e a manutenção de empregos. O empregador fica apto a escolher contribuir a partir do cálculo total da folha de pagamento ou pela receita bruta da empresa. A contribuição não deixa de ser feita, apenas passa a se adequar ao nível real da atividade produtiva do empreendimento.

Entenda

Atualmente, 17 setores da economia têm direito à isenção da folha. Trata-se de uma concessão ao empregador, que fica apto a escolher contribuir a partir do cálculo total da folha de pagamento ou pela receita bruta da empresa.

Quando a medida entrou em vigor, 56 setores eram contemplados, mas o ex-presidente Michel Temer (MDB) sancionou, em 2018, uma lei que removeu 39 segmentos do regime. A medida valeria até 2021, mas o prazo foi prorrogado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

São beneficiados os seguintes setores: calçados, call center, comunicação, confecção, construção civil, construção de obras de infraestrutura, couro, fabricação de veículos e carrocerias, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil, tecnologia da informação, tecnologia de comunicação, projeto de circuitos integrados, transporte metroferroviário de passageiros, transporte rodoviário coletivo e transporte rodoviário de cargas.

Como forma de compensação pela prorrogação da desoneração, a proposição prevê a protelação do aumento de 1% da alíquota da Cofins-Importação, que tem arrecadação estimada em R$ 2,4 bilhões até dezembro de 2027.

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