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Como ficam os julgamentos no STF enquanto Lula não indica um novo ministro?

Com apenas 10 membros, situações em que há empate podem ser um desafio para a Corte

Brasília|Yumi Kuwano, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Presidente Lula precisa indicar novo ministro para o STF em vaga deixada por Barroso.
  • Com 10 ministros, STF enfrenta desafios em decisões devido a possibilidade de empates.
  • Empates podem afetar segurança jurídica e gerar questionamentos sobre a legitimidade dos julgamentos.
  • Ausência de um ministro pode atrasar o julgamento de casos complexos e impactar a integridade das decisões.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Brasília, 04/06/2024 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, (e) conversa com ministro, Jorge Messias (d), sancionam o projeto de Lei nº 1803/2023, que altera o código de processo civil para estabelecer que a eleição de foro deve guardar pertinência com o domicílio das partes ou com o local da obrigação e que o ajuizamento de ação em juízo aleatório constitui prática abusiva. 
Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil
Lula cogita indicar Jorge Messias ao STF Rafa Neddermeyer/Agência Brasil - 4.6.2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa indicar um nome para ocupar a vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso no mês passado. Em 9 de outubro, ele anunciou a aposentadoria antecipada.

Os nomes mais cotados são o do advogado-geral da União, Jorge Messias, e o do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A expectativa era que o anúncio fosse feito nesta semana.


Após a indicação — que é de livre escolha do presidente da República e não tem prazo para ser feita —, o nome precisa ser sabatinado pelo Senado, para então a data da posse ser definida.

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Enquanto isso não acontece, o Supremo trabalha com um ministro a menos, como explica o advogado especialista em Tribunais Superiores Amaury Andrade.


“O STF continua operando normalmente. O plenário pode se reunir com quórum mínimo de seis ministros; já em controle abstrato [que verifica a constitucionalidade de ato normativo], como ADI, ADC, ADPF, a prática exige presença de oito ministros e seis votos para decisão, o que impõe maior cautela na pauta enquanto houver vacância”, observa.

Ele ressalta que, se o tema exigir maioria absoluta e o placar empatar, não se forma maioria e o pedido é rejeitado ou se mantém o status quo.


Atualmente, o STF tem 10 ministros e aguarda a chegada do 11º. O tribunal é dividido em duas turmas:

  • Primeira Turma: Flávio Dino (presidente), Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin;
  • Segunda Turma: Gilmar Mendes (presidente), Dias Toffoli, Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça.

O presidente da Corte, Edson Fachin, não compõe nenhum dos grupos. Caso haja um empate na Primeira Turma, o julgamento será suspenso para colher o voto faltante posteriormente. “Se a situação perdurar, convoca-se ministro da outra Turma”, esclarece Andrade.


O Regimento Interno ainda prevê que, em caso de empate, prevalece a decisão contrária ao pedido — salvo em habeas corpus, quando o benefício é em favor do paciente — e não há possibilidade de substituição temporária da vaga, de acordo com o professor de Direito Processual Civil Armindo Madoz.

Simbolismo

Madoz diz que, apesar de não paralisar os trabalhos da Corte, a ausência de um ministro produz efeitos práticos e simbólicos importantes.

“Aumenta a probabilidade de empates e de decisões tomadas por margens muito estreitas, o que pode afetar a segurança jurídica e gerar questionamentos sobre a legitimidade dos julgamentos, especialmente em temas sensíveis de repercussão nacional”, enfatiza.

Outro impacto citado por pelo professor é a redução do ritmo de julgamento de casos complexos. “O presidente da Corte pode adiar pautas para evitar empates ou preservar a integridade das decisões“, observa.

Segundo Madoz, o tribunal incompleto transmite a ideia de que o colegiado não está em sua plenitude institucional, o que reforça a importância de o presidente indicar o novo membro o quanto antes, para assegurar o equilíbrio da Suprema Corte.

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