Consumo de hambúrguer aumenta 8% entre crianças de 2 a 4 anos no DF, diz estudo
Boletim Informativo de Vigilância Alimentar e Nutricional indica que bebês estão experimentando mais cedo alimentos não saudáveis
Brasília|Do R7, em Brasília
O consumo de hambúrguer aumentou 8% entre crianças de 2 a 4 anos no Distrito Federal. A informação é do Boletim Informativo de Vigilância Alimentar e Nutricional do DF, publicado esta semana, que reúne os hábitos alimentares de mais de 35,5 mil pessoas. O estudo indica também que os bebês estão experimentando cada vez mais cedo alimentos não saudáveis. Para a Secretaria de Saúde, a tendência é uma preocupação.
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Segundo os dados, em 2022, 28% das crianças entre 2 e 4 anos já consumiam hambúrgueres, enquanto em 2023, o número subiu para 36%. Na avaliação da titular da Gerência de Serviços de Nutrição da Secretaria de Saúde do DF, Carolina Gama, o dado demonstra um risco.
“O problema do consumo de hambúrguer é que, em muitos casos, os ingredientes são alimentos ultraprocessados, ricos em aditivos químicos, e substituem as refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados, característicos da cultura alimentar do brasileiro”, alerta.
O boletim também informa que entre os adolescentes o consumo de hambúrguer e embutidos também cresceu. Em 2022, 39% deles consumiam esses alimentos, o número agora chega a 50%. Além disso, o hábito de fazer as refeições assistindo à televisão cresceu para 77%.
“Durante a refeição, a atenção deve estar voltada à alimentação, pois estimula o ato de mastigar mais vezes, melhorar a digestão e a percepção da sensação de saciedade. Comer assistindo a telas incentiva o consumo de alimentos ricos em açúcar, gorduras e sódio”, observa Carolina.
Já entre os adultos, em 2023, 35% ingeriram esse tipo de alimentação, um aumento de 7 pontos percentuais se comparado ao ano anterior (28%).
Idosos e bebês
A população acima dos 60 anos também não escapa das estatísticas. O número de consumo na faixa etária cresceu de 16% em 2022 para 18% em 2023. De acordo com a publicação, os aumentos – em todas as faixas etárias – podem estar relacionados a fatores como a procura por fast food, a comodidade do delivery e mudanças no estilo de vida da população.
Até mesmo os bebês de 6 a 24 anos passaram a experimentar cada vez mais cedo alimentos não saudáveis. O boletim indica que 32% desse público consome alimentos ultraprocessados. Além disso, em 2023, 8% desses bebês consumiram hambúrguer e/ou embutidos, 18% fizeram consumo de bebidas adoçadas e 16% consumiram macarrão instantâneo, salgadinho de pacote, doces, guloseimas,, biscoito salgado ou recheado.
Obesidade infantil
O boletim também aponta os índices de excesso de peso e obesidade infantil. Uma em cada dez crianças está com sobrepeso no DF. Em 2023, o percentual foi mais elevado na faixa de 5 a 10 anos (12,22%) em comparação com a crianças de 2 a 4 anos (9,39%) – desse total, mais de 4% já foram diagnosticadas com obesidade. A Secretaria de Saúde alerta que a condição afeta o crescimento e desenvolvimento infantil e também aumenta significativamente os riscos de problemas de saúde na vida adulta.
De acordo com Carolina Gama, esses números reforçam a necessidade de intervenções preventivas e de promoção de hábitos saudáveis desde a infância. “O boletim tem como objetivo subsidiar o planejamento de ações que visem principalmente ao enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis e da insegurança alimentar e nutricional da população do Distrito Federal”, explicou.
Amamentação
Os números positivos do boletim são a respeito do aleitamento materno continuado de bebês de 6 a 24 anos. Em 2023, 73,4% das crianças acompanhadas estavam com o aleitamento continuado, dado superior a 2022 (66%) e ao dado nacional de 2023 (61%).