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'Conta será paga pelos trabalhadores', dizem entidades sindicais sobre veto de Lula

Federação de metalúrgicos é uma das que assinam o texto; o ato do presidente da República deve ser derrubado pelo Congresso

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

'Resultado será insegurança', dizem entidades
'Resultado será insegurança', dizem entidades

"Conta será paga pelos trabalhadores", afirmam cinco entidades sindicais nacionais em uma nota conjunta, lançada nesta sexta-feira (24), com críticas ao veto integral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia. Lula tomou a decisão, recomendada pelo Ministério da Fazenda, nesta quinta-feira (23), último dia do prazo.

"O veto coloca milhões de empregos em risco, além de estimular a precarização do mercado de trabalho e o fim do ciclo de redução do desemprego que vem sendo conduzido pelo Ministério do Trabalho [e Emprego]. O resultado será insegurança e empregos de menor qualidade", afirmam as entidades.

O documento é assinado por Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central (NCST), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário (Contricom) e Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal).

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Com a decisão do petista, a medida termina em 31 de dezembro deste ano, com um risco de perda de 1 milhão de empregos após o fim da validade, segundo entidades dos setores contemplados. Os segmentos atualmente desonerados, empresários, centrais sindicais e parlamentares pressionaram o governo federal pela sanção da matéria. O veto deve ser derrubado pelo Congresso Nacional, que aprovou com folga o projeto.


Os grupos alegam, ainda, que a discussão não envolveu os representantes dos trabalhadores afetados pela possível reoneração. "A equipe econômica comete um equívoco ao jogar o ajuste fiscal no setor produtivo e no emprego formal, pois a conta será paga pelos trabalhadores, seja com o desemprego ou com a informalidade", afirma a nota.

Confira a nota na íntegra

As centrais sindicais e as entidades do sistema confederativo (federação e confederações) abaixo lamentam o veto do governo federal ao projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento para 17 ramos da economia.

O veto coloca milhões de empregos em risco, além de estimular a precarização do mercado de trabalho e o fim do ciclo de redução do desemprego, que vem sendo conduzido pelo Ministério do Trabalho. O resultado será insegurança e empregos de menor qualidade.

A equipe econômica comete um equívoco ao jogar o ajuste fiscal no setor produtivo e no emprego formal, pois a conta será paga pelos trabalhadores, seja com o desemprego ou com a informalidade.

É preciso destacar que a decisão se deu sem debate com o movimento sindical, excluindo até mesmo os ramos mais afetados.

Consideramos também essencial preservar a saúde financeira do INSS e os investimentos em seguridade social, sendo necessário assegurar a compensação da redução da arrecadação decorrente da desoneração.

Ao mesmo tempo, tendo em vista a necessidade de fortalecer as finanças públicas e reduzir as desigualdades sociais, defendemos uma reforma tributária progressiva, que deve compreender a regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas previsto no inciso VII do Artigo 153 da Constituição Federal de 1988, correção da tabela e revisão das alíquotas do IRPF e a taxação dos dividendos e das remessas de lucros pelas multinacionais, entre outras coisas.

É necessário também ressaltar que mais do que desonerar, o Governo deve persistir na redução da taxa de juros e ampliar os investimentos públicos para estimular o crescimento da economia e implementar uma política mais robusta de geração de emprego e renda.

CTB — Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

NCST — Nova Central

CNTI — Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria

Contricom — Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário

Fitmetal — Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil"

Entenda

O veto à prorrogação da desoneração foi recomendado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por meio de notas técnicas. Pela medida, em vez de o empresário pagar 20% sobre a folha do funcionário, o tributo pode ser calculado com a aplicação de um percentual sobre a receita bruta da empresa, que varia de 1% a 4,5%, conforme o setor.

A contribuição é feita, mas passa a se adequar ao nível real da atividade produtiva do empreendimento. Em outras palavras, as empresas que faturam mais contribuem mais. Com isso, é possível contratar mais empregados sem gerar aumento de impostos.

O objetivo da desoneração é aliviar parcialmente a carga tributária. A medida está em vigor desde 2011, quando foi adotada durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Inicialmente, 56 setores eram contemplados, mas o ex-presidente Michel Temer (MDB) sancionou, em 2018, uma lei que removeu 39 segmentos do regime. A medida valeria até 2021, mas foi prorrogada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) até 2023.

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