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COP30: Brasil precisa ser rápido para conter crise nos oceanos, dizem ambientalistas

Ampliação das áreas marinhas protegidas é recebida com otimismo e cautela; entidades cobram medidas reais para salvar a Amazônia Azul

Brasília|Débora Sobreira, do R7, em Brasília*

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O presidente Lula anunciou a ampliação de 4% na proteção de áreas marinhas no Brasil, atualmente em 26%, durante a COP30 em Belém.
  • A Amazônia Azul, que abrange 5,7 milhões de km² de área marítima sob jurisdição brasileira, é crucial para a pesquisa, pesca, turismo e navegação.
  • Entidades ambientalistas alertam para a necessidade de proteção efetiva diante da degradação dos corais e outras ameaças ao ecossistema marinho.
  • O Brasil se compromete a aumentar a proteção das áreas marinhas para 30% até 2025, alinhando-se à Meta Global de Biodiversidade.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Aumento da temperatura das águas ameaça corais Fernando Frazão/Agência Brasil - 26.10.2023

Diante de propostas e acordos na COP30, em Belém (PA), capital banhada pelo maior rio por vazão de água do mundo, as águas do mar não ficaram de fora do debate. O governo brasileiro anunciou que pretende ampliar em 4% as áreas marinhas protegidas do país, elevando a cobertura atual de 26%.

A promessa, feita na Cúpula do Clima em 9 de novembro, reacendeu o debate sobre a Amazônia Azul — território marinho sob jurisdição brasileira que soma cerca de 5,7 milhões de quilômetros quadrados, com potencial econômico e estratégico, mas sob pressão crescente de degradação ambiental.


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O oceanólogo e diretor-geral da Oceana no Brasil, Ademilson Zamboni, afirma que a gestão desse vasto território é um desafio que exige ação imediata.

“Na Amazônia Azul, desenvolvem-se atividades como pesquisa científica, pesca, turismo e navegação. Assegurar uma boa gestão desse vasto território marinho e das atividades nele realizadas representa um enorme desafio”, ressalta.


Por isso, segundo Zamboni, trazer a Amazônia Azul para a pauta da COP30 “é um excelente ponto de partida para avançarmos na proteção dos oceanos, que são o maior regulador climático do planeta”.

A crise, porém, avança mais rápido do que as soluções. O aumento da temperatura das águas ameaça diretamente os corais — organismos essenciais para a saúde dos ecossistemas marinhos.


“Trata-se de um processo reversível, mas, quando ocorre com grande intensidade e frequência, pode levar à morte dos corais que formam os recifes”, alerta Zamboni.

Para não ficar no discurso

Entre o otimismo e a cautela, Angela Kuczach, articuladora da coalizão SOS Oceano, teme que o país corra o risco de não sair do discurso.


“Encaramos isso como um aceno positivo. É sempre interessante ver o presidente da República se posicionando, mas também esperamos um avanço na prática”, salienta.

Kuczach considera que esse número apresentado pelo governo é insuficiente. “Na verdade, dos 26% protegidos do ambiente marinho, pelo menos 24% a 25% referem-se a duas grandes áreas oceânicas, que, na prática, não traduzem a diversidade de ambientes que o Brasil tem”, ressalva.

Histórico

O Brasil é signatário de acordos ambientais, como o Protocolo de Montreal, e pretende aderir ao Tratado do Alto Mar até o fim de 2025. O compromisso de ampliar a proteção marítima para 30% até 2030 segue a Meta Global de Biodiversidade, que busca conter a perda de ecossistemas no planeta.

O anúncio repete promessas feitas em junho, durante a Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, em Nice, na França.

Antes disso, em março, a Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC), da ONU, havia aprovado o pedido brasileiro para ampliar a plataforma continental, incorporando cerca de 360 mil quilômetros quadrados — área equivalente à da Alemanha.

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