Corregedoria da PRF quer ouvir 47 agentes em investigação que levou à prisão de Silvinei Vasques
R7 verificou que outros ex-diretores também são alvo da operação que apura a suspeita de interferência nas eleições do ano passado
Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília
A Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF) deve ouvir 47 membros da corporação como parte da operação que mandou prender o ex-diretor-geral Silvinei Vasques. O R7 verificou que outros ex-diretores também são alvo da operação que apura a suspeita de uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral do ano passado.
Em nota, a PRF informou que, paralelamente às investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), foram abertos três processos administrativos disciplinares para apurar a conduta de Silvinei. Os procedimentos foram encaminhados à Controladoria-Geral da União (CGU), órgão com competência para apurar a conduta do ex-diretor.
Segundo fontes, Silvinei deve ser levado nesta quinta-feira (10) para Brasília. A prisão ocorreu em Florianópolis (SC), e os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Segundo a PF, os crimes investigados são prevaricação, que ocorre quando um servidor público deixa de exercer o seu dever; violência política, como coibir o exercício de direitos políticos; e impedir ou atrapalhar a votação.
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A operação quer também esclarecer o suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral relativo ao segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Os agentes cumprem dez mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, expedidos pelo STF, nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte e no Distrito Federal. A operação conta com o apoio da Corregedoria-Geral da PRF, que determinou ainda a oitiva de 47 policiais rodoviários federais.
De acordo com as investigações, integrantes da Polícia Rodoviária Federal teriam direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no dia 30 de outubro, durante o segundo turno das eleições.
Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano e, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país.
Veja a íntegra da nota da PRF
"A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanha a Operação Constituição Cidadã, que resultou na prisão do ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, ocorrida na manhã desta quarta-feira (9), em Florianópolis (SC), e no cumprimento de mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), determinados pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O Corregedor-Geral da PRF, Vinícius Behrmann, acompanha a operação, desde o início da
manhã, na Sede da Polícia Federal, em Brasília. A PRF colabora com as autoridades que
investigam as denúncias de interferência do ex-diretor-geral no segundo turno das eleições para a Presidência da República, em 30 de outubro de 2022, com o fornecimento de dados referentes ao trabalho da instituição, como o número de veículos fiscalizados e multas aplicadas nas rodovias federais.
Paralelamente às investigações no STF, foram abertos três processos administrativos
disciplinares, no âmbito da PRF, para apurar a conduta do ex-diretor-geral. Os procedimentos foram encaminhados à Controladoria-Geral da União (CGU), órgão com competência para apurar a conduta do ex-diretor-geral da PRF."