Crianças trocadas em hospital do DF se encontram pela primeira vez
Acompanhadas de psicólogas, mães biológicas conheceram as meninas um mês após descobrirem a troca de bebês
Brasília|Josiane Ricardo, da Record TV
As duas meninas que foram trocadas na maternidade do Hospital Regional de Planaltina se encontraram pela primeira vez, nesta segunda-feira (29), um mês após a Polícia Civil do Distrito Federal divulgar o resultado dos exames de DNA. Acompanhadas de psicólogas, as mães biológicas também conheceram as filhas.
O encontro aconteceu em uma sala reservada de um shopping de Brasília. As garotas, que hoje têm sete anos de idade, estavam empolgadas com a novidade. Trocaram beijos, abraços e muitos presentes. Esse momento íntimo com as famílias durou cerca de vinte minutos. Depois, elas aproveitaram o dia para lanchar e brincar em um parque temático do centro comercial.
De acordo com o advogado de Mariana Bispo, uma das mães, essa foi a primeira vez que as duas meninas fizeram esse tipo de programação. As garotas nunca tinha ido ao shopping brincar. "Buscamos um momento oportuno para o encontro. As mães tinham que estar preparadas, preparar suas filhas. Daqui para frente, essas mães vão buscar unir as famílias", disse o advogado, Caio Henrique.
As duas mães ficaram emocionadas com a presença das filhas e não quiseram gravar entrevista. A filha de Geruza Fernandes já sabia que não era filha biológica da mulher há dois anos. A notícia veio quando a mãe decidiu fazer um exame de paternidade com a filha e o resultado foi negativo. Desde então, se iniciou a saga para descobrir quem era a filha biológica dela.
Em agosto, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) estabeleceu uma indenização de R$ 300 mil reais por danos morais para Geruza. A Justiça entendeu que a troca de bebês ficou comprovada. O GDF recorreu da decisão e Geruza ainda não recebeu o pagamento.
Entenda o caso
Após a comprovação da troca de bebês, Geruza procurou ajuda da imprensa para saber o paradeiro da filha biológica. Depois que Mariana viu o caso de Geruza no noticiário, foi até a 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), responsável pelas investigações, e disse que poderia contribuir com a polícia. A filha dela nasceu no mesmo dia e no mesmo hospital, com uma diferença de apenas cinco minutos.
O resultado saiu no dia 28 de outubro deste ano. A polícia reuniu as duas mães e os dois pais das garotas para mostrar o resultado dos exames. Mariana foi pega de surpresa.
Como fica agora
De acordo com as duas famílias, não existe a intenção de dar novos lares e famílias às crianças, que continuam com as mães que as criaram. Segundo elas, as meninas serão como irmãs e vão conviver juntas.
Também não existe a possibilidade de trocar documentos ou nada que interfira na criação das garotas. Mariana, segunda mãe a saber da troca, também vai entrar com uma ação na Justiça para pedir danos morais devido à falha do hospital.