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Crítico de Lula por amizade com Ortega, deputado protocola moção de repúdio a ditador da Nicarágua

Deputado Zucco (Republicanos-RS) cobra posição perante 'crimes de Ortega'; Brasil não assinou na ONU declaração contra a ditadura

Brasília|Do R7, em Brasília


Deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS)
Deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS)

O deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) protocolou na Câmara uma moção de repúdio contra o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega. O deputado gaúcho criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ter se recusado a assinar, durante uma reunião no Conselho de Direitos Humanos da ONU, uma declaração conjunta de mais de 50 países que denuncia crimes de Ortega. 

"Protocolei uma moção de repúdio contra o ditador nicaraguense. A Câmara dos Deputados precisa se posicionar, já que o Lula se omite perante os crimes de Ortega, seu amigo," publicou o deputado em uma rede social. 

Durante a reunião na ONU, em março, o Brasil permaneceu em silêncio sobre a situação dos direitos humanos na Nicarágua e sobre as ações autoritárias e violentas de Ortega. Segundo um grupo de especialistas da ONU, o governo nicaraguense cometeu violações sistemáticas dos direitos humanos que constituem "crimes contra a humanidade".

Amizade de longa data

O ditador nicaraguense Daniel Ortega e o presidente Lula em imagem de arquivo
O ditador nicaraguense Daniel Ortega e o presidente Lula em imagem de arquivo

Os presidentes Lula e Ortega são conhecidos de longa data. Durante os primeiros mandatos dos dois, o petista se encontrou diversas vezes com o nicaraguense para debater, por exemplo, integração regional. No poder desde 2007, o ditador mandou prender sete de seus opositores antes que a população fosse às urnas, eliminando candidatos que pudessem ameaçar sua vitória.

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Durante a campanha eleitoral, Lula minimizou a ditadura instaurada na Nicarágua por Ortega, que está em seu quinto mandato, e comparou a situação com a da ex-primeira-ministra da Alemanha Angela Merkel, que completou 16 anos à frente do país europeu. "Por que Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder e Daniel Ortega não? Qual é a lógica?", questionou Lula em entrevista.

Presos políticos

Representantes da ONU relembraram os últimos episódios que envolvem decisões de Ortega, como o caso em que mais de 200 presos políticos, incluindo políticos da oposição e líderes empresariais, foram presos durante a crise política na Nicarágua e, posteriormente, "deportados" para os Estados Unidos, após uma negociação com Washington.

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Vários dos presos planejavam concorrer contra o presidente Daniel Ortega nas eleições de 2021. "No mesmo dia, o Judiciário anunciou que essas pessoas tinham sido 'deportadas' e que haviam infringido a lei 1.055, sendo, portanto, consideradas 'traidoras da pátria'. A decisão judicial privou todos os 222 indivíduos de seus direitos civis e políticos", disse a secretária-geral adjunta para os direitos humanos das Nações Unidas, Ilze Brands Kehris.

A reunião também lembrou que um tribunal da Nicarágua declarou, em fevereiro, 94 opositores do presidente como "traidores da pátria", retirando a nacionalidade nicaraguense deles e tornando-os inabilitados, de forma perpétua, a exercer cargos públicos. Entre os sancionados, estavam os escritores Sergio Ramírez (vice-presidente do governo sandinista na década de 1980, que era liderado por Ortega), Gioconda Belli, o bispo católico Silvio Báez, os ex-comandantes guerrilheiros Luis Carrión e Mónica Baltodano e a ativista de direitos humanos Vilma Núñez.

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