Damares nega omissão a ianomâmis: 'desnutrição é dilema histórico'

Ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos disse nas redes sociais que acompanhou com 'dor e tristeza' caso dos indígenas

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

23/01/2023 - 10h20 (Atualizado em 15/02/2024 - 14h08)

A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos-DF) usou as redes sociais para se defender de acusações de omissão em relação à crise sanitária e social do povo Yanomami, em Roraima. A senadora eleita pelo Distrito Federal enfatizou que o caso de desnutrição severa do grupo indígena é um "dilema histórico e foi agravado pela situação de isolamento da pandemia".

Segundo Damares, a política indigenista do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro era executada em três ministérios: Educação, Saúde e Justiça, e que a pasta comandada por ela esteve no local "inúmeras vezes para levantar informações".

"Enviamos ofícios aos órgãos responsáveis para solicitar atuação e recebemos relatórios das equipes técnicas, as quais informaram as providências tomadas. Sempre questionei a política do isolamento imposta a algumas comunidades. Está na hora de uma discussão séria sobre isso. Ao invés de perdermos tempo nessa guerra de narrativas e revanchismo, proponho um pacto por todas as crianças do Brasil, de todas as etnias", justificou.

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Acompanhei com dor e a tristeza as imagens que estão sendo divulgadas sobre os Yanomami. Minha luta pelos direitos e pela dignidade dos povos indígenas é o trabalho de uma vida. Mas diante de tantas mentiras espalhadas nos últimos dias, preciso esclarecer algumas coisas. (1/8)
— Damares Alves (@DamaresAlves) January 22, 2023

Sempre questionei a política do isolamento imposta a algumas comunidades. Está na hora de uma discussão séria sobre isso. Ao invés de perdermos tempo nessa guerra de narrativas e revanchismo, proponho um pacto por todas as crianças do Brasil, de todas as etnias (8/8)
— Damares Alves (@DamaresAlves) January 22, 2023

Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que oito em cada dez crianças indígenas com menos de cinco anos na Terra Indígena Yanomami sofrem de desnutrição. O garimpo ilegal e a ausência de medicamentos e políticas de saúde agravam a situação da comunidade de 30 mil habitantes, localizada no meio da Floresta Amazônica.

Levantamento divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) revela que, em 2020, foi registrada a morte de mais de 700 crianças em terras indígenas pelo país, na maioria por doenças e desnutrição.

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Visita a Roraima

No sábado (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi a Roraima visitar o povo indígena ianomâmi — que enfrenta a aceleração do número de casos de insegurança alimentar e desnutrição infantil. Durante a visita, foram anunciadas medidas em caráter de urgência, como a melhoria do transporte e o atendimento médico oferecido aos indígenas.

Lula viajou acompanhado pelos ministros Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Nísia Trindade (Saúde) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas).