Defesa de Filipe Martins entra com duas ações nos EUA por suposta fraude migratória
Ex-assessor de Bolsonaro questiona documentos usados como justificativa para sua prisão em 2023
Brasília|Do R7, em Brasília

Filipe Martins, ex-assessor da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro, está no centro de uma disputa que envolve sistemas de imigração internacionais e decisões judiciais no Brasil. Sua defesa moveu duas ações nos Estados Unidos para investigar a autenticidade de registros que indicariam sua entrada no país no final de 2022.
Esses documentos foram usados como base para sua prisão, ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), sob a alegação de risco de fuga.
Em contato com o R7, Ricardo Fernandes, advogado de Martins, confirmou as ações e afirmou que “ainda haverá novos desdobramentos para a apuração dos responsáveis”. O prazo, segundo ele, é de 30 dias após o recebimento da denúncia, que ocorreu no fim de janeiro.
“A gente algum tempo já vem buscando pela via administrativa. Agora foi recebida a nossa denúncia via judicial”, explicou.
A prisão de Martins, que durou seis meses em 2023, foi fundamentada em dados da imigração americana que apontavam sua presença nos EUA. No entanto, evidências, como a geolocalização de seu celular e transações com cartões de crédito, mostraram que ele não deixou o Brasil no período.
O ex-assessor é um dos investigados pela Polícia Federal no inquérito sobre supostos atos golpistas.
Suspeita de fraude
A defesa de Martins alega que os registros de imigração podem ter sido fraudados. Os advogados pediram à Customs and Border Protection (CBP), agência responsável pela imigração nos EUA, todos os dados históricos relacionados a Martins. Com isso, pretende descobrir quem inseriu, alterou ou removeu informações entradas e saídas dele do país.
Além disso, a defesa apresentou uma uma petição formal para que as autoridades judiciais dos EUA abram uma investigação criminal sobre o caso.
“A nossa expectativa é de que [as denúncias] sejam apuradas o quanto antes. E se houver algum brasileiro envolvido, a gente vai, sem dúvidas pedir, a responsabilização lá fora e também nas cortes internacionais cabíveis”, apontou Fernandes.















