Demissão de Bento Albuquerque pega 'centrão' de surpresa
Ministro de Minas e Energia saiu do cargo na última terça-feira (10); nem o ministro-chefe da Casa Civil soube antecipadamente
Brasília|Renata Varandas, da Record TV
A demissão do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na última terça-feira (10), pegou parlamentares do chamado "centrão" ouvidos pela Record TV de supresa. Nem o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, estaria sabendo da movimentação para a troca, que se iniciou no começo da semana.
O processo vinha sendo articulado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para evitar que houvesse um gargalo e que o centrão tivesse a oportunidade de indicar um nome para ocupar o comando da pasta.
Na avaliação de fontes ouvidas pela reportagem, para o centrão esse seria o cenário ideal, já que vinha sendo articulada, de forma discreta, uma proposta entre os partidos aliados ao governo para aprovar um aporte de R$ 100 bilhões para a construção de gasodutos que levam energia às termoelétricas.
Com a demissão de Bento Albuquerque, o assunto veio à tona. Albuquerque é contra este aporte com dinheiro proveniente do pré-sal. As negociações pelo subsídio vêm provocando reações dentro do Congresso e tudo indica que, agora, devido à repercussão, a proposta será travada.
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Um grupo de parlamentares esteve na noite de terça-feira no Tribunal de Contas da União (TCU) com o ministro relator do processo da Eletrobras, Aroldo Cedraz. A oposição denuncia que, dentro do Projeto de Lei 414/2021, que estabelece um marco regulatório para o setor elétrico, seria inserido pelo governo uma emenda "jabuti" que cria um fundo, com dinheiro público, destinado à construção de gasodutos.
O projeto ainda não tem parecer e precisaria ser analisado por uma comissão especial. Se a urgência for aprovada, segue direto para plenário. A estratégia que vinha se desenhando seria de incluir a emenda somente em plenário para que não houvesse tempo de discussão.
Outra alternativa que estaria sendo ventilada seria a edição de uma medida provisória para viabilizar o processo. Contudo, parte do Ministério da Economia é contra retirar estes recursos públicos para financiar o projeto.