Depoimentos de deputados levaram investigação até ex-assessora de Lira
Investigação apura se ex-assessora de Lira atuava sob ordens diretas do ex-presidente da Câmara
Brasília|Thays Martins, do R7, em Brasília
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A investigação da Polícia Federal que tem como alvo a ex-assessora do deputado Arthur Lira (PP-AL) Mariângela Fialek foi embasada em depoimentos de deputados, que levantaram suspeitas sobre a indevida manipulação das emendas parlamentares, conhecidas como “orçamento secreto”.
Os deputados indicaram a ex-assessora como responsável pela organização e distribuição dos recursos por vários anos. Segundo a PF, os indícios ainda mostram que ela atuava sob ordens do então presidente da Casa, deputado Arthur Lira. No entanto, essa informação ainda está sob investigação da Polícia Federal.
“Tais circunstâncias evidenciam fortes indícios de que a Representada integra uma estrutura organizada voltada ao indevido direcionamento de emendas parlamentares, supostamente atuando sob ordens diretas da antiga Presidência da Câmara dos Deputados, exercida pelo Deputado Arthur Lira, fato que ainda está em apuração”, diz o ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), na decisão que autorizou a operação.
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A Polícia Federal ouviu durante a investigação os deputados Glauber Braga (PSOL-RJ), José Rocha (União-BA), Adriana Ventura (Novo-SP), Fernando Marangoni (União-SP), Dr. Francisco (PT-PI), senador Cleitinho (Republicanos-MG), além de Elza Carneiro, servidora da Câmara dos Deputados.
Nos depoimentos, o deputado Glauber Braga ainda indicou um “direcionamento forçado” pelo então presidente da Câmara, Arthur Lira, de emendas para o estado de Alagoas, inclusive com grande volume de verba pública para o município de Rio Largo, cuja população aproximada é de 70 mil habitantes.
Arthur Lira, no entanto, não é alvo da operação. Os mandados de busca e apreensão estão ocorrendo, nesta sexta-feira (12), em uma sala associada a Arthur Lira e na casa de Mariângela Fialek. O R7 tenta contato com Mariângela Fialek, mas ainda não teve retorno.
A operação foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do STF. Na petição, Dino autoriza que sejam feitas buscas em todos as salas da Câmara em que Mariângela Fialek exerce as suas funções, tenha mesa, arquivos, armários e computadores. O ministro também determinou o afastamento dela de suas funções públicas. Atualmente, Mariângela exerce cargo de natureza especial na liderança do PP.
A investigação
A investigação teve início no curso da ação em que o ministro Flávio Dino determinou que estados, o Distrito Federal e municípios deveriam adotar medidas para garantir transparência e rastreabilidade aos recursos distribuídos por emendas. Os parlamentares foram chamados a depor na Polícia Federal após declarações nas tribunas do Senado e da Câmara.
Durante a investigação, Mariângela também teve quebra do sigilo de dados telemáticos. Segundo a PF, os dados corroboram os indícios de que a ex-assessora desempenha papel relevante no controle do “orçamento secreto”.
A PGR (Procuradoria-Geral da República), que foi favorável à operação, disse em sua manifestação que há uma provável organização criminosa voltada à prática de desvios funcionais e crimes contra a administração pública e o sistema financeiro nacional. A PGR ainda diz que há indícios de que ex-assessoria exercia “o controle de indicações desviadas de emendas decorrentes do orçamento secreto em benefício” dessa organização criminosa.
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