Deputados fazem maratona de reuniões para discutir reforma tributária, marco fiscal e Carf
O PL fechou acordo para votar contra as propostas da reforma tributária; governadores fazem pressão em bancadas federais
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
Bancadas estaduais e partidos políticos fazem uma série de reuniões na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (4), na tentativa de fechar a questão sobre a reforma tributária, o novo marco fiscal e a volta do voto de qualidade do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que as matérias devem ser votadas até sexta-feira (7). No entanto, os temas ainda provocam impasses.
Pela manhã, a bancada do PL se reuniu para fechar um acordo contra as proposições do governo. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou da reunião e divulgou uma nota após o encontro, na qual afirma que o partido vai votar contra a reforma tributária.
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"A atual reforma tributária do PT vai na contramão do que fizemos. Caso tivesse um mínimo de coerência, o atual governo deveria manter a nossa política econômica, que deu certo: menos impostos, mais arrecadação", disse Bolsonaro na nota. Já a bancada do PT afirmou que vai apoiar integralmente a proposta.
O bloco de Lira, que comporta o PP, o União, o PSDB, o Cidadania, o PDT, o PSB, o Avante, o Solidariedade e o Patriota, também se reúne nesta terça-feira para discutir o assunto, com a presença do relator da reforma tributária, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). O bloco formado por PSD, MDB, Republicanos e Podemos se encontra com Ribeiro e com o relator do projeto de lei do Carf, o deputado Beto Pereira (PSDB-MS).
Governadores movimentam bancadas
Governadores também estão em Brasília para se encontrar com bancadas dos estados, na tentativa de sensibilizar os parlamentares sobre mudanças no texto. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), reúne-se com a bancada goiana no fim da tarde. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tem reunião com a bancada do partido na Câmara.
Além deles, também circulam em gabinetes na Câmara os governadores Cláudio Castro (PL-RJ), Eduardo Riedel (PSDB-MS), Jorginho Mello (PL-SC), Ratinho Júnior (PSD-PR), Renato Casagrande (PSB-ES), Eduardo Leite (PSDB-RS) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
No fim de semana, Tarcísio já havia encontrado a bancada federal paulista para debater questões sensíveis ao texto. O principal ponto de discórdia tem a ver com o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Tarcísio não se opõe ao princípio de cobrança do imposto unificado, que será pago uma vez e descontado nas etapas seguintes da produção. Por outro lado, não aceita o Conselho Federativo para administrar a receita única. Para ele, o conselho promove uma "retirada de autonomia" dos estados.