Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

Dias Toffoli autoriza Rodrigo Tacla Duran a falar em audiência na Câmara sobre suposta extorsão

Acusado de lavagem de dinheiro, Tacla Duran citou Sergio Moro e Deltan Dallagnol em um caso de extorsão na Lava Jato

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília

Ministro Dias Toffoli concedeu salvo-conduto a Tacla Duran
Ministro Dias Toffoli concedeu salvo-conduto a Tacla Duran

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o advogado Rodrigo Tacla Duran a participar de uma audiência pública da Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, para esclarecer denúncias de extorsão na Operação Lava Jato. A reunião está marcada para 19 de junho. Toffoli concedeu a ele um habeas corpus preventivo. 

O pedido para que Tacla Duran participe da audiência foi feito pela própria Câmara ao STF. Segundo a Casa legislativa, o advogado revelou ter sido alvo de extorsão na operação e pagado a advogados que teriam influência no Ministério Público e no Poder Judiciário para impedir a decretação de prisão dele. 

Compartilhe esta notícia no WhatsApp

Compartilhe esta notícia no Telegram


"Assim, diante das tratativas mantidas pela Câmara dos Deputados com o depoente para que lhe seja assegurada 'imunidade', a fim de que possa esclarecer as denúncias em apreço ao Parlamento, penso que não há outra alternativa senão a concessão de salvo-conduto para esta finalidade, ficando prejudicado, por ora, o exame dos demais pedidos formulados pelo requerente quanto à sua situação processual", disse. 

O ministro determinou ainda que o Ministério da Justiça e a Polícia Federal adotem as medidas necessárias a fim de garantir a segurança e o livre trânsito do requerente no ingresso, na permanência e na saída do país em razão do depoimento a ser prestado na Câmara dos Deputados.


Suspensão

Em 23 de maio, o ministro Dias Toffoli determinou o encaminhamento, para seu gabinete, de duas ações penais contra o advogado Rodrigo Tacla Duran que tramitam na 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba.

O ministro também determinou que a vara permaneça sem que seja proferida nenhuma decisão. Em março, o então ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a ação penal. Agora, Toffoli diz que houve um descumprimento da decisão. Na prática, seria uma "suspensão" do processo, enquanto ele se põe a par dos casos.


"Ressalto, inicialmente, que os documentos e as informações requeridos quanto ao descumprimento da determinação de suspensão dos feitos estão sendo encaminhados pelo juízo de primeiro grau, bem como pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, e serão

analisados com a devida prudência", afirmou. 

Suposto caso de extorsão

Tacla Duran disse em depoimento à Justiça Federal de Curitiba que o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador federal Deltan Dallagnol estariam envolvidos em um caso de extorsão. Após a denúncia, a audiência foi interrompida pelo juiz Eduardo Fernando Appio, da 13ª Vara Federal, pelo fato de os dois serem parlamentares atualmente, com foro privilegiado. Eles só podem ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal. Moro é senador, e Dallagnol, deputado federal recentemente cassado, ambos pelo estado do Paraná.

Duran sustenta que, em 2016, o advogado Carlos Zucolotto Júnior o procurou para exigir 5 milhões de dólares em troca de benefícios em um acordo de colaboração. De acordo com registros de conversas por aplicativo de mensagens mantidos por Duran, Zucolotto teria dito que acertaria os termos com DD (iniciais de Deltan Dallagnol).

Um mês depois, Tacla Duran teria feito uma transferência de 613 mil dólares para o escritório de Marlus Arns. Zucolotto e Arns têm relação profissional com a deputada Rosângela Moro (União-PR), esposa de Sergio Moro. Zucolotto era sócio dela, e Marlus atuava com ela em processos da chamada Máfia das Falências. Além disso, Zucolotto é padrinho de casamento de Moro e Rosângela.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.