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R7 Brasília

Diretor-geral da PF critica projeto que visa anistiar envolvidos no 8 de Janeiro

Andrei Rodrigues argumenta a gravidade dos episódios e cita o atentado provocado por homem-bomba em Brasília

Brasília|Victoria Lacerda e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Diretor da PF critica projeto da anistia de 8 de Janeiro Joédson Alves/Agência Brasil - Arquivo

O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, afirmou nesta quinta-feira (14) ser contra eventual anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro de 2023. O policial argumenta a gravidade dos episódios e cita o atentado provocado por um homem-bomba em Brasília, na noite de quarta-feira (13), como uma provável extensão do movimento. O projeto que visa anistiar os criminosos é discutido no Congresso Nacional.

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“Acho que hoje o ministro Alexandre de Moraes também já comentou esse assunto, e eu aqui faço coro das suas palavras. Vejo uma gravidade à extensão desse processo, de que não é razoável pessoas cometer atos terroristas, pessoas tensionarem, assassinarem outras pessoas, atentar contra o poder do Estado, tentar vitimar policiais porque eles não sabiam que policiais iam na sua residência, e deixaram lá um artefato para matar os policiais que ingressaram na sua residência”, disse Rodrigues.

“Então, de fato, nós não estamos aqui falando do bruto de pessoas que quebrou o quadro ou quebrou uma cadeia. Estamos falando de ações violentas contra o Estado democrático de direito, estamos falando de ações gravíssimas, de ações terroristas, estamos falando de tentativa de homicídio, infelizmente ficou na tentativa. Estamos falando aqui de armadilhas para matar policiais que estavam fazendo a investigação. Então, eu aqui entendo também que não é aceitável que se proponha anistia para esse tipo de pessoa”, completou.

Mais cedo, o ministro do STF criticou eventual anistia para aqueles que cometeram atos contra a democracia. “É necessária a pacificação do país, mas só é possível com a responsabilização de todos os criminosos. Não existe pacificação com anistia aos criminosos. Nós sabemos que o criminoso anistiado é um criminoso impune. E a impunidade vai gerar mais agressividade, como gerou ontem”, afirmou Moraes.


A anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro é discutida no Congresso Nacional. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pretende resolver até o fim deste ano o impasse em torno do projeto de lei sobre o tema. A ideia é votar a proposição antes do início do recesso parlamentar, na metade de dezembro. O texto, porém, deve ser ajustado para chegar a um consenso entre os líderes partidários.

O projeto era visto como “moeda de troca” na disputa pela sucessão de Lira na Presidência da Câmara. No final do mês de outubro, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi ao Senado para negociar a proposta. O texto anistia “todos os que participaram de manifestações com motivação política e/ou eleitoral, ou as apoiaram, por quaisquer meios, inclusive contribuições, doações, apoio logístico ou prestação de serviços e publicações em mídias sociais e plataformas, entre o dia 08 de janeiro de 2023 e o dia de entrada em vigor desta lei”.


Atentado em Brasília

Na noite de quarta-feira (13), um carro explodiu no anexo 4 da Câmara dos Deputados. Segundos depois, um homem jogou um explosivo em frente ao STF. O segundo explosivo pegou nele próprio, o que ocasionou sua morte. Conforme apurou a reportagem, o homem é Francisco Wanderley Luiz, candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL em 2020.

A PF afirmou que o ato não é um fato isolado e está conectado com outras ações. “Segundo relatos de familiares, ele estava em Brasília no começo do ano de 2023. Ainda é cedo em dizer se houve participação direta ou não nos atos de 8 de Janeiro. Isso a investigação apontará. Mas ele estava no começo do ano. E na residência da Ceilândia, havia uma mensagem escrita nas paredes fazendo menção a um ato de pichação que foi feita no 8 de Janeiro, na estátua da Justiça”, declarou Rodrigues.

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