DF enfrenta a segunda pior estiagem da história

Nesta quarta-feira (18), o Distrito Federal completa 148 dias seguidos sem chuva e alcança a segunda pior estiagem da história. O recorde é de 1963, que teve 163 dias consecutivos de seca. O DF superou a estiagem de 2004, que teve 147 dias sem registrar chuva. A última chuva registrada em 2024 foi em 23 de abril, quando a água caiu na área do Plano Piloto e do Sudoeste.

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), não há previsão de chuva no DF pelo menos até 22 de setembro. Além disso, a instituição diz que a chance de precipitação até o fim do mês é “remota”. O DF está em alerta laranja de baixa umidade, que é quando a umidade do ar fica entre 20% e 12%.

Do início do ano até terça-feira (17), o total de chuva em Brasília foi de 861,6mm, o que corresponde a 58% da média de precipitação anual, que é de aproximadamente 1.477mm.

Na segunda-feira (16), o Distrito Federal registrou o dia mais quente do ano, com 33,2 °C. O recorde anterior era de 4 de setembro, quando a temperatura máxima foi de 32,8 °C.

A primeira quinzena de setembro teve os menores índices de umidade do Distrito Federal. O menor foi no Gama, com 7%, seguido de 9% em Brazlândia, 10% em Brasília e 11% no Paranoá.

A baixa umidade traz problemas de saúde, como irritação nos olhos, dor de cabeça, desidratação e maior risco para doenças e infecções respiratórias de maneira geral. A pneumologista Gilda Fonseca alerta que é importante ficar atento a sintomas como fôlego curto, tosse seca, boca e olhos secos e outras mudanças habituais, principalmente em crianças e idosos.

A médica afirma que é importante manter doenças crônicas sob controle e a vacinação em dia. “A prevenção consiste em boa alimentação, hidratação, umidificação do ambiente — com umidificador, bacia com água, toalhas úmidas —, realizar exercícios físicos em um horário com temperatura mais amena, com roupas leves e claras”, explica.

Incêndio no Parque Nacional

Por volta de 11h30 do último domingo (15), um incêndio começou no Parque Nacional do Distrito Federal. O fogo foi controlado, mas bombeiros ainda atuam no local para resfriar pontos aquecidos. O presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Mauro Pires, disse que o incêndio traz um “prejuízo incalculável” em danos ambientais para a fauna e flora. Segundo o órgão, pelo menos 2.400 hectares do parque foram atingidos pelo fogo.

O Corpo de Bombeiros informou que atua no Parque Nacional com 67 viaturas e 640 bombeiros militares. Segundo a corporação, as equipes fazem o trabalho de rescaldo e monitoram pontos que possam oferecer algum risco de reinício das chamas.

“Incêndio sob controle, os trabalhos se concentram principalmente às margens do Córrego Bananal, onde existem locais com fogo subterrâneo (Mata de Galeria), com produção de muita fumaça, porém não há chamas visíveis. Os militares farão o revezamento, nos trabalhos, durante a noite”, disse o Corpo de Bombeiros.

A Polícia Civil do Distrito Federal criou uma força-tarefa para investigar indícios de crimes em incêndios que têm atingido florestas da capital federal. O trabalho da corporação será feito com outros órgãos do GDF e visa garantir uma resposta rápida e eficaz na identificação e responsabilização de quem cometeu os eventuais crimes ambientais.

A ação terá o apoio da Divisão de Operações Aéreas, das delegacias circunscricionais e da perícia da Seção de Incêndio e Explosão, do Instituto de Criminalística da Polícia Civil.

Segundo a Polícia Civil, entre julho e setembro deste ano, o DF contabilizou 24 casos de incêndios em vegetação. O número representa um aumento de 85% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram 13 casos.