Do Val volta ao Senado após licença e operação da PF e pede a colegas que não façam 'canibalismo'
Afastado desde 21 de junho para 'cuidar da saúde', o senador se referiu à importância de os parlamentares trabalharem unidos
Brasília|Do R7, em Brasília
Afastado do cargo desde 21 de junho, quando apresentou um atestado médico para "cuidar da saúde", o senador Marcos do Val (Podemos-ES) voltou às atividades parlamentares nesta quinta-feira (3). A licença foi apresentada poucos dias depois de o parlamentar ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). O retorno foi marcado por um discurso no plenário com o pedido para que a Casa não "exerça o canibalismo".
"Deveremos estar unidos, e não criticando o Senado, para não exercer o canibalismo aqui dentro. Quanto mais unidos ficarmos, mais forte fica o Senado, mas eu precisaria que os senadores pudessem se colocar no meu lugar, porque, se a gente deixar isso acontecer, amanhã será com mais um, com mais outro, com mais outro, com mais outro", falou o senador ao pedir a ajuda aos demais parlamentares.
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Em 15 de junho, dia do aniversário de Marcos do Val, agentes da PF cumpriram três mandados de busca e apreensão em endereços do parlamentar, incluindo o gabinete dele no Senado. As autorizações foram expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Na ocasião, os agentes apreenderam documentos digitais e físicos, além do celular funcional do senador, um computador e uma arma, que é legalizada. Também por ordem de Moraes, o X (então Twitter) bloqueou o perfil de Do Val. Até esta quinta (3), a conta continuava inativa.
Cinco crimes
O senador é investigado por pelo menos cinco crimes:
• divulgação de documento confidencial (art. 153 do Código Penal);
• associação criminosa (art. 288 do Código Penal);
• tentativa de abolição do Estado democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal);
• tentativa de golpe de Estado (art. 359-M do Código Penal); e
• impedimento de investigação sobre organização criminosa (art. 2º, §1º, da lei 12.850/2013).