'É reforma ou ruptura', diz secretário-geral da ONU sobre Conselho de Segurança
António Guterres afirmou que é hora de renovar as instituições; o presidente Lula defende o ingresso do Brasil no grupo
Brasília|Do R7, em Brasília
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, defendeu nesta terça-feira (19) a reforma das instituições multilaterais globais e do Conselho de Segurança da organização. Em discurso durante a Assembleia-Geral da ONU em Nova York, nos Estados Unidos, o ex-premiê português afirmou que a alternativa à reforma seria uma fragmentação maior. "É reforma ou ruptura", disse.
"Chegou a hora de renovar as instituições multilaterais, baseando-se nas realidades econômicas e políticas do século 21 e ancorados nos princípios da Carta da ONU e do direito internacional", declarou.
O Conselho de Segurança foi criado com a missão de zelar pela manutenção da paz mundial. O órgão é composto de 15 membros, dez deles não permanentes e cinco permanentes (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende o ingresso do Brasil e de países em desenvolvimento da América Latina, da África e da Ásia.
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Durante o discurso, Guterres fez um apelo à comunidade internacional de ajuda à Líbia, mais especificamente à cidade de Derna, devastada após a passagem do ciclone Daniel, que deixou mais de 11 mil mortos e 10 mil desaparecidos.
"Estamos frente a ameaças existenciais, desde a crise climática até tecnologias disruptivas, e vivemos isso em um tempo de transição caótica. Temos guerras, eventos climáticos extremos e somos incapazes de dar uma resposta comum", criticou.
O secretário-geral da ONU também falou sobre a guerra na Ucrânia. “A democracia está sob ameaça, o autoritarismo está em marcha, a desigualdade está crescendo”, afirmou. Na plateia, o presidente ucraniano Volodmir Zelensky acompanhou o discurso de Guterres.