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R7 Brasília

'É uma grande perda ao governo', diz Pacheco sobre saída de Bezerra

Após derrota esmagadora na indicação ao TCU, senador Fernando Bezerra entregou o cargo de líder do governo na Casa

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília, e Lívia Veiga, da Record TV

Ex-líder do governo Fernando Bezerra (MDB-PE) ao lado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
Ex-líder do governo Fernando Bezerra (MDB-PE) ao lado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) Jefferson Rudy/Jefferson Rudy/Agência Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta quinta-feira (16) que a saída do senador Fernando Bezerra (MDB-PE) da liderança do governo na Casa "é uma grande perda" para o Executivo. Bezerra deixou a liderança depois de sofrer uma derrota esmagadora na indicação para ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), com apenas 7 votos, enquanto o indicado, Antonio Anastasia (PSD-MG), teve 52 votos, e a senadora Kátia Abreu (PP-TO), 19.

"Ao longo de 2021, eu, como presidente do Senado, e ele, como líder, sempre tivemos uma relação muito boa, muito próxima, de muito trabalho e reciprocidade também. Sempre pude atender às pautas de governo através da liderança do Bezerra. Ele tem muita qualidade, é dedicado, se aprofundava nos projetos, cuidava bem das pautas. Foi um grande defensor e líder do governo no Senado. O governo deverá encontrar um nome que possa ser equivalente à qualidade do senador Bezerra", afirmou Pacheco.

A vaga, que é do Senado, foi aberta com a nomeação de Raimundo Carreiro para embaixador do Brasil em Portugal. Nos bastidores, o que se fala é que Bezerra ficou profundamente descontente com a falta de apoio do governo na indicação ao cargo de ministro, enquanto ele atuou em prol do Executivo na CPI da Covid-19 e na aprovação da PEC dos Precatórios.

Governistas dizem que, apesar de no início Bezerra ter tido apoio do governo, na figura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o apoio foi retirado ao longo da disputa, e o governo informou a todos que ficaria neutro. Ainda assim, Bezerra insistiu, usando da prerrogativa de líder para tentar conseguir votos da base do governo. A base, entretanto, direcionou os votos a Kátia Abreu, e não a ele.


Pacheco minimizou qualquer polêmica em relação à falta de apoio de Bezerra, dizendo que esse tipo de escolha não tem tanta interferência do governo. "Foi uma decisão da maioria do Senado. Os três senadores tinham condição para ser indicados a ministro, mas houve uma naturalizada em torno do nome do Anastasia, que há mais tempo havia sinalizado esse seu desejo de integrar a Corte", disse.

STF

Pacheco também comentou a nomeação de André Mendonça ao STF (Supremo Tribunal Federal), que assume o cargo nesta quinta-feira. O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-advogado-geral da União (AGU) foi indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro e teve a indicação aprovada pelo Senado, mas após quase cinco meses de espera, porque o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Davi Alcolumbre (DEM-AP), demorou para pautar a sabatina.


A situação gerou um desconforto grande. O presidente do Senado afirmou, entretanto, que está tudo "absolutamente superado" e justificou que a demora na CCJ foi apenas o "tempo de maturação da indicação no âmbito do Senado". "A CCJ teve o seu papel, o plenário também. O fato é que foi aprovado o nome, hoje toma posse, e é importante superar isso que tenha acontecido e pensarmos em um 2022 com melhores expectativas", afirmou.

Pacheco ainda afirmou esperar que em 2022 haja um ambiente "de colaboração recíproca entre Senado e Câmara, Congresso e Executivo, e também o poder Judiciário, na figura do STF, contribuindo com as decisões que sejam justas".

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