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R7 Brasília

Em 23 anos, mortalidade infantil cai pela metade e expectativa de vida cresce cinco anos no Brasil

Em média, 12,5 crianças a cada 1.000 nascidas vivas morrem antes de completar um ano; brasileiro vive 76,4 anos, diz IBGE

Brasília|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília


Mortalidade infantil cairá para 5,8 óbitos por mil em 2070 Marcello Casal Jr./Agência Brasil/Arquivo

A mortalidade infantil no Brasil, que abrange a morte de crianças com até um ano de idade, recuou de 28,1 óbitos por 1.000 nascidos vivos em 2000, para 12,5 óbitos por mil, em 2023. É o que mostram as primeiras projeções de população do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com dados do Censo Demográfico 2022, divulgadas nesta quinta-feira (22). O estudo também indica que, no mesmo período, a expectativa de vida do brasileiro passou de 71,1 anos para 76,4 anos.

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Em relação à taxa de mortalidade infantil, o IBGE avalia que, em 2070, esse número vai recuar para 5,8 óbitos por 1.000 nascidos vivos. “Trata-se de uma redução importante desse indicador, que reflete as condições de saúde do grupo etário mais vulnerável da população” explica Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises Demográficas do instituto.

Sobre a expectativa de vida do brasileiro, o estudo mostra que, entre os homens, esse indicador foi de 67,3 anos para 73,1 anos entre 2000 e 2023 e, entre as mulheres, de 75,1 anos para 79,7 anos. A demógrafa afirma que o indicador tem registrado aumento há algum tempo, com ganhos de anos de vida em todas as idades, “principalmente devido aos avanços da medicina”.

Segundo ela, essa é a primeira projeção de população a incorporar dados da pandemia, que causou um recuo na esperança de vida do país, de 76,2 anos em 2019 para 72,8 anos em 2021. No entanto, os dados preliminares de 2023 mostram a esperança de vida subindo para 76,4 anos.


As projeções para 2070 indicam uma esperança de vida de 83,9 anos, sendo 81,7 anos para homens e 86,1 anos para mulheres. “Nossa expectativa é que esse indicador continue a crescer como antes da pandemia”, disse Izabel.

População vai parar de crescer em 2041

A população do Brasil vai parar de crescer em 2041, quando chegará a 220.425.299 habitantes. A previsão é que, em 2070, o número recue para 199.228.708 habitantes.


Rio Grande do Sul e Alagoas devem ser os primeiros estados a reduzir a população, já em 2027, com o Rio de Janeiro logo a seguir, em 2028. Por outro lado, Mato Grosso deve ser o último estado a registrar essa queda, em algum momento após 2070 (ano limite das atuais projeções de população).

Já Santa Catarina e Roraima devem começar a reduzir sua população em 2064.


Taxa de fecundidade cai para 1,57 filho por mulher

O estudo aponta que, a taxa de fecundidade do país era de 2,32 filhos por mulher em 2000, recuou para 1,75 filhos por mulher em 2010 e chegou a 1,57 em 2023. Nos próximos anos, essa taxa deve recuar para 1,47 em 2030 e atingir seu ponto mais baixo em 2041, chegando a 1,44 filho por mulher.

No entanto, a partir de 2050, as estimativas indicam que a taxa terá ligeiro aumento, indo a 1,45 em 2050, a 1,47 em 2060 e chegando a 1,50 em 2070. Esse indicador vem decrescendo como consequência de uma série de transformações ocorridas na sociedade brasileira desde meados do século 20.

As regiões com as taxas de fecundidade mais altas em 2023 foram Norte (1,83) e Centro-Oeste (1,71), enquanto o Nordeste (1,56), o Sul (1,56) e o Sudeste (1,48) tinham as taxas mais baixas. Entre os estados, a taxa de fecundidade mais alta foi a de Roraima (2,26) e a mais baixa, do Rio de Janeiro (1,39).

Mulheres têm filhos cada vez mais tarde

Outra dado divulgado pelo estudo é que a idade média da fecundidade, ou seja, a idade média em que as mulheres tinham seus filhos, que era de 25,3 anos em 2000, passou para 27,7 anos em 2020 e deverá chegar a 31,3 anos em 2070.

“Temos observado, no Brasil e em vários países, um adiamento da maternidade, isto é, as mulheres decidindo-se a terem seus filhos mais tarde. Indiretamente, isso também contribui para a redução do total de nascimentos”, observou a demógrafa do IBGE.

A idade média da população brasileira atingiu 35,5 anos em 2023 e deve subir para 48,4 anos em 2070.

Nordeste tem queda mais intensa do número de nascimentos

Com a redução da fecundidade, o número de nascimentos ocorridos a cada ano também se reduziu ao longo do período analisado pelo IBGE: de 3.572.865 nascimentos em 2000, para 2.947.296 em 2010, para 2.574.542 em 2022. Para 2070, o número deve chegar a 1.488.161 nascimentos.

Na avaliação de Izabel, as regiões que apresentaram maior redução do número de nascimentos ao longo da última década foram o Norte e, principalmente, o Nordeste. “De 2000 a 2023, o número de nascimentos no Nordeste recuou de 1,1 milhão para 705,6 mil. No mesmo período, no Norte, esse indicador recuou de 377 mil para 285 mil.”

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