Em carta a Pacheco, Malala pede empenho pela Educação no Brasil
Ativista paquistanesa diz que o parlamento deve buscar ativamente os jovens para quem a educação é mais inacessível
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
A ativista paquistanesa e vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, enviou uma carta ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pedindo um maior empenho do Congresso brasileiro na discussão de pautas que diminuam a taxa de evasão escolar no país, sobretudo entre meninas.
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Segundo Malala, o parlamento tem de estabelecer uma agenda que priorize o financiamento contínuo da educação pública no Brasil, assim como a busca ativa por crianças que estão fora da escola e enfrentam situações mais desafiadoras para voltar à sala de aula.
Na carta, a ativista pontua que "o aumento das taxas de pobreza, responsabilidades domésticas, trabalho infantil e gravidez na adolescência afetaram desproporcionalmente a capacidade das meninas de aprender durante a pandemia, impedindo o retorno delas à escola".
"Em meio aos desafios impostos pela pandemia de Covid-19, nossos parceiros concordam que aumentar os orçamentos à educação e fornecer recursos às escolas públicas é fundamental para assegurar que as meninas continuem aprendendo", destaca Malala.
No texto, Malala ainda solicita que os parlamentares assumam "compromissos ambiciosos" pela educação das meninas, garantindo a implementação de mecanismos como o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e regulamentando o Sistema Nacional de Educação.
Legisladores do Brasil devem buscar ativamente as jovens e os jovens para quem a educação é mais inacessível e construir estratégias de reinserção que coloquem as necessidades desses estudantes no centro das ações. Somente com informações confiáveis sobre seus contextos e barreiras à educação podemos ajudar essas alunas e esses alunos a retornar — e permanecer — na sala de aula
A carta de Malala foi lida durante uma sessão de debates do Senado, nesta segunda-feira (21), que discutiu estratégias para garantir o retorno e a permanência de crianças, adolescentes e jovens nas escolas públicas brasileiras, depois da pandemia do coronavírus.