Deputado relata pressão e diz que Lira o acusou de ‘criar problema’ ao não liberar emenda
Em depoimento, José Rocha citou reclamação por pedir informação a envio de R$ 320 milhões a Alagoas
Brasília|Lis Cappi, do R7, em Brasília
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Em depoimento à Polícia Federal, o deputado José Rocha (União-BA), em investigação sobre emendas parlamentares, acusa o deputado Arthur Lira (PP-AL), então presidente da Câmara dos Deputados, de ter pressionado ele para a liberação de emendas sem rastros do destino final, ou finalidade dos recursos.
Segundo Rocha, ele recebia uma lista de “repasses” que precisavam ser autorizados pela Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, que ele presidiu entre 2024 e 2025. As orientações eram feitas por Mariângela Fialek, então assessora de Lira, em conversas no pelo WhatsApp. A assessora foi alvo de busca e apreensão nesta sexta-feira (12).
Entre os envios, ele conta ter freado um repasse de R$ 320 milhões a Alagoas, reduto eleitoral de Lira, e diz ter sido acusado de “criar problema” ao barrar a emenda. O contato teria sido feito por uma ligação do próprio ex-presidente.
“Eu segurei o envio para o Ministério, questionando que eu precisava saber que destinação teriam esses recursos. E quais seriam os beneficiários? Quais seriam os autores? Aí segurei, vieram umas outras, se não me falha a memória, mais duas outras remessas de minuta de ofício acompanhado de planilhas. E eu segurei. Aí o presidente me liga, me liga dizendo que eu estava criando problema”, disse Rocha.
O parlamentar ainda disse que recebia listas para envio de emendas sem qualquer detalhe a respeito dos destinatários finais. E confirmou a troca de mensagens com a ex-assessora de Lira, também chamada de “Tuca”. Ao chegar no comando da comissão, ele lembra de uma só emenda ter superado R$ 1 bilhão.
“Quando eu assumi a comissão eu tomei conhecimento que tinha uma emenda de R$ 1.125.000.000,00. E, logo no dia 11 de abril de 2024, eu recebi da presidência da Câmara dos Deputados, através da assessora Tuca, uma minuta de ofício, dirigida ao Ministro da Integração Nacional, acompanhado de uma planilha de indicações de recursos para os Estados, sem identificar quem eram os autores, quais eram os objetos e os beneficiários”, afirmou José Rocha, em depoimento.
O trecho foi usado na decisão que autorizou a operação da PF em dependências da Câmara e na casa da assessora. O R7 entrou em contato para posicionamento do deputado José Rocha e com a assessoria do ex-presidente Lira.
A assessoria de Rocha disse não ter manifestação, enquanto a de Lira informou que não iria se manifestar pelo ex-presidente não ser investigado. Mais cedo, a assessoria do ex-presidente informou que a assessora citada não trabalha mais com ele, e sim na presidência do PP. Já Mariângela Fialek ainda não se manifestou.
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