Em Fortaleza, Bolsonaro volta a defender voto auditável
Chefe do Executivo disse, neste sábado (16), que quer eleições limpas e transparentes
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
A menos de 80 dias do primeiro turno das eleições deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender, neste sábado (16), a tese de que o voto seja auditável, medida que já foi descartada pelos parlamentares.
"O que nós mais defendemos são as eleições transparentes, limpas e auditáveis. Tenho certeza que, com isso, nós mudaremos o destino da nossa nação", afirmou Bolsonaro durante evento religioso em Fortaleza (CE).
No fim do ano passado, em uma derrota do governo Bolsonaro, a Câmara dos Deputados derrubou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que tornava obrigatório o voto impresso. Foram 229 votos favoráveis, 218 contrários e uma abstenção.
A adoção do voto impresso, bandeira do presidente, já havia sido reprovada na comissão especial da Câmara por 23 votos a 11, mas foi encaminhada ao plenário pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), onde também foi rejeitada.
Em seu discurso na capital cearense, o chefe do Executivo contou, sem dar mais detalhes, que havia enfrentado um "lobby poderosíssimo" dos combustíveis durante as tramitações de medidas que visavam reduzir o imposto sobre gasolina, diesel e etanol.
"Negociamos também a questão do diesel [em referência a viagem à Rússia]. Não foi fácil enfrentar o lobby poderosíssimo como é o dos combustíveis em nosso Brasil. Fizemos a nossa parte, tivemos apoio de grande parte da Câmara e do Senado", disse.
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Mais cedo, Bolsonaro voltou a comentar o assassinato do ex-tesoureiro do PT Marcelo Arruda e criticou as declarações de que o seu discurso incita seus apoiadores à violência. "Na política, não é diferente. Um lado sempre quer culpar o chefe do outro lado. 'Olha, os discursos dele levaram à morte daquela pessoa em Foz do Iguaçu'. Ora, meu Deus do céu. O meu discurso causou a morte de uma pessoa? Uma briga estúpida, sem razão", questionou o presidente.