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Em live, Bolsonaro contesta dados sobre queimadas na Amazônia

Segundo o presidente, queimada ilegal ‘não é nessa proporção toda que dizem aí’

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

Presidente rebateu críticas que tem sofrido por alta do desmatamento
Presidente rebateu críticas que tem sofrido por alta do desmatamento

Em live nas redes sociais na noite desta sexta-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro contestou informações sobre o índice de desmatamento na Amazônia e afirmou que “a floresta amazônica não pega fogo”.

Na transmissão, o chefe do Executivo também criticou o passaporte vacinal contra a Covid-19 e duvidou da eficácia dos imunizantes contra a doença. Além disso, Bolsonaro destacou que está prestes a completar o terceiro ano do seu mandato sem nenhum caso de corrupção.

Veja os tópicos abordados pelo presidente na live.

Desmatamento da Amazônia

No dia seguinte à divulgação pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) do maior índice de desmatamento dos últimos 15 anos na Amazônia Legal, Bolsonaro rebateu as críticas de que o desflorestamento tenha aumentado durante o seu governo.


“Ficam fazendo chacota. A floresta amazônica não pega fogo. Tenho viajado a Amazônia, e ela não pega fogo. Pega na grande periferia e, geralmente, os focos de incêndio são quase no mesmo lugar”, disse o presidente. “Tem queimada ilegal? Tem. Mas não é nessa proporção toda que dizem aí”, completou.

O presidente ainda disse que é muito difícil monitorar toda a região amazônica. “Você sabe o tamanho da Amazônia. Está na ordem de pouco mais de 4 milhões de km². Como vai tomar conta disso”, questionou.


Na quinta-feira (18), o Inpe divulgou que, entre agosto de 2020 e julho de 2021, foram desmatados 13.235 quilômetros quadrados da Amazônia Legal, o maior volume em uma década e meia e 21,97% maior que o registrado no mesmo intervalo de 12 meses anterior.

Os dados foram consolidados pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélites (Prodes), reconhecidos por especialistas como a informação técnica mais precisa sobre desmatamento na floresta amazônica.


Vacinas contra a Covid-19

Durante a live, o secretário especial da Cultura, Mario Frias, comentou a portaria que proíbe a exigência do passaporte de vacina em projetos custeados pela Lei Rouanet. Bolsonaro concordou com a medida e criticou a obrigatoriedade do documento. “Para mim, a vacina sempre foi e sempre será facultativa. Você não pode obrigar as pessoas a fazer certas coisas”, opinou o presidente.

Bolsonaro ainda falou sobre um comprimido fabricado pela Pfizer que, em testes clínicos, apresentou um alto potencial para reduzir os riscos de hospitalização e morte entre adultos infectados com a Covid-19. Segundo o presidente, a medicação custa US$ 500, ou R$ 2,7 mil. Ele desdenhou do preço do comprimido, criticando que ninguém o apoiou quando ele defendeu a utilização de hidroxocloroquina como tratamento precoce, mesmo o remédio sendo comprovadamente ineficaz.

“Ano passado, não podia falar em comprimido contra a Covid-19. Como esse vai chegar a R$ 2,7 mil, ninguém vai reclamar, porque vão obrigar o poder público a comprar [O comprimido da Pfizer] vai dar certo. Vai salvar todo mundo. Como custa R$ 2,7 mil, não vai ser bloqueado pelo Facebook. Vão dizer que tem comprovação científica. Estamos safos”, ironizou.

Corrupção

O presidente lembrou que está no fim do seu terceiro ano de mandato e que, até agora, não foi comprovado nenhum caso de corrupção.

“A gente vai mudando o Brasil, apesar de ter muita gente atrapalhando aí. Estamos completando o terceiro ano sem denúncia de corrupção. Isso não é virtude, é obrigação. Se aparecer em qualquer parte do governo, vamos colaborar com a investigação. É difícil acontecer. Mas se aparecer, a gente lamenta”, disse.

Apesar das afirmações de Bolsonaro, dois inquéritos em andamento na Polícia Federal investigam eventuais atos de corrupção por atuais e ex-integrantes do governo federal.

Um deles tem como alvo o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que é investigado por supostos atos de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando na exportação de madeira.

A corporação também investiga um suposto caso de corrupção no contrato de compra da vacina contra a Covid-19 Covaxin, produzida na Índia. O Ministério da Saúde firmou um acordo de compra de 20 milhões de doses do imunizante, ao preço de R$ 1,6 bilhão, mas posteriormente suspendeu a negociação por suspeita de irregularidades, entre elas a de corrupção.

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